Mulheres Estejam Caladas
"How you, Athenian men, have been affected by my accusers, I do not know. But even I myself have almost forgotten myself,so persuasively did they speak; and yet they have spoken hardly anything of the truth...." SOCRATES ... ... ... ... Durante tantos séculos as mulheres foram tratadas como filhas de um Deus-menor... Que muitas vezes chegámos a pensar que em realidade somos cidadãos de segunda...
domingo, dezembro 18, 2011
sexta-feira, novembro 04, 2011
sexta-feira, outubro 07, 2011
Uma Igreja Nova...
...em construção.
Passou-se um ano em que não escrevi e penso que muitas coisas ficarão esquecidas porque não as registei. Mas esta é algo "once in a life time." Uma igreja nova, construída de raiz. Um espaço dedicado a Deus que ficará na minha memória como a igreja que ajudei a construir.
No meio de dificuldades e desilusões. No meio de ataques que sempre temos no ministério. A igreja de Portomar e a sua comunidade, são um suave relembrar que Deus está ao nosso lado e cuida de nós. As lágrimas duram uma noite, mas a alegria vem pela manhã.
Querendo Deus no próximo dia 20 de Novembro será inaugurado o novo templo da Igreja Presbiteriana em Portugal na aldeia de Portomar.
Soli Deo Gloria
terça-feira, maio 04, 2010
segunda-feira, abril 12, 2010
Pastorado no feminino
1. PASTORA CASEIRA. Se perguntarem a um pastor homem qual foi a maior alegria do seu último mês, com certeza que ele não responderá: "Comprar uma máquina de lavar roupa que lava bem a roupa e ainda por cima centrifuga a roupa de forma fantástica!" Os pastores masculino passam por cima desses inefáveis comezinhos. Ser pastora e fada do lar é uma dupla tarefa que nos desvia e absorve. Podem fazer de uma mulher, pastora; mas é inevitável que a pastora acumule as funções de doméstica ...
E se perguntassem a um pastor homem qual o seu mais ardente anseio, estou certa que ele não diria "Ter condições para contratar uma empregada interna!" Hoje depois de estender a 3ª máquina de roupa, pensei o que eu queria mesmo era não pensar em máquinas de roupa, canos entupidos, fogões que é preciso instalar e compras que é preciso fazer. Queria ser um pastor dedicado daqueles que só pensam na seara do Senhor e no resgatar almas da perdição. Ser uma pastora dedicada tem outras implicações menos etéreas.
2. PASTORA ROMÂNTICA. Nos filmes românticos o casal herói termina sempre as suas noites em tórrido romance. Ontem depois de um fim-de-semana em que fui a Lisboa, estive em 3 livrarias, 1 almoço e um jantar, 2 supermercados, ainda voltei para 1 reunião, 1 escola dominical, 2 cultos, 2 festa de anos (uma delas cá em casa) a coisa mais romântica que o marido disse foi: “Vai-te deitar que eu arrumo o resto.” Romantismo para uns é acção, para mim será adormecer com o som de talheres a tilintar na cozinha.
sábado, março 13, 2010
Quem vocês que tenha 100 ovelhas...
quinta-feira, fevereiro 25, 2010
domingo, fevereiro 07, 2010
Da pesca...
Pintura: BABOUN mm
Jesus prega nas margens de um lago, a multidão aperta-se para o ouvir. Jesus sobe a um barco com os seus discípulos. A diferença entre ser multidão e ser discípulos: A multidão segue a este homem como seguirá a qualquer outro que a maravilhe e conforte. A multidão é vaso receptor: está carente e quer receber algo. Os discípulos estão dentro do mesmo barco com Jesus, mais do que maravilhados e esperançosos de receber algo, estão lado a lado e partilham a missão. Mais do que observar, receber e ansiar, eles estão disposto a obedecer (ainda que refilando) e a pôr mãos à obra. A diferença entre ser multidão e ser discípulo, entre ser cristão não praticante e discípulo? Toda. Não tem nada a ver.
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Pintura: BAHUET
No barco ouve-se uma ordem estranha, o tal profeta que espanta as multidões - um carpinteiro de Nazaré - diz a uns homens - experimentados pescadores – “Lancem as redes”. Os homens tinham andado toda a noite a pescar e agora um carpinteiro diz-lhes a eles, pescadores, para lançarem as redes de dia, com grande confusão na praia... Por vezes as ordens de Deus à primeira vista – e muitas vezes à segunda - não fazem sentido nenhum.
mmm
Pintura: DUCCIO
As redes. Que redes lançamos ao mar? Durante séculos as redes que lançávamos ao mar eram feitas de medo: castigo terreno e punição eterna. As redes que estendíamos à humanidade eram feitas de terror e resultavam. Com medo do castigo as pessoas convertiam-se. Mas quando os homens deixaram de acreditar no castigo eterno, deixaram de se deixar apanhar na rede. E os pescadores deixaram de saber de que material se deveria fazer a rede. No entanto as redes devem ser tecidas com o programa de Jesus que foi outrora lido na sinagoga de Nazaré: “Levar a boa nova aos pobres, curar os quebrantados de coração, anunciar a liberdade aos cativos, restaurar a vista aos cegos, anunciar que o Senhor vem!”
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E aqui está a tragédia cristã do século XIX de igrejas vazias: É fácil encher igrejas de gente com medo. É difícil encher igrejas de pessoas realmente dispostas a amar, servir, perdoar e ajudar o seu semelhante.
sexta-feira, janeiro 29, 2010
lá longe...
quinta-feira, janeiro 28, 2010
Em Lisboa eu era uma viciada em cinema. Desde os movies ao cinema, eu estava sempre lá. Na diáspora faz-me falta o cinema. a Figueira da Foz só tem movies e em Coimbra chegam apenas alguns dos bons filmes de autor. (E Coimbra fica a 40 minutos)
sexta-feira, janeiro 22, 2010
Estranha forma de vida
E faz o marido anos, no meio desta maratona de celebrações. Não pode haver festa, nem bolo no dia pois a noite vamo-la passar em Portomar em mais uma oração da SOU. E com tanta coisa que fazer nem pude fazer a ementa favorita dos seus anos desde que era pequenino: Frango frito. Fica para depois. Sempre gostei de festas: Natal, Aniversário, Casamentos, etc.. Mas com este modo de vida, adiam-se frequentemente para outro dia as festas. Passamos a celebrar o facto mais do que o dia... Para os que não têm tido notícias nossas aqui vai um festival de fotos. Também os encontros com os amigos são adiados, penso muitas vezes, ad aeternum.
Semana de oração pela unidade dos cristãos 2010
Este ano estamos a fazer uma maratona de 6 reuniões. Este ano o texto da celebração é lindíssimo. Escrito na Escócia é um texto que nos convida a reflectir sobre a caminhada de Emaús.
Dia 1 - Figueira da Foz - A minha colega Sandra de toga preta dirigiu com o pároco local a cerimónia. No final diz-me uma senhora bem intencionada: "A pastora é muito simpática, mas se tivesse vestido qualquer coisa mais alegre, ficava melhor..."
Dia 2 - Cantanhede - Balança-se o Frei franciscano folfazão e feliz ao som da música dos cânticos. No final uma paroquiana pergunta-lhe: "O senhor é pastor protestante?" (o frei estava com o hábito franciscano e disse-lhe que era frade) "...dançou tanto ao som da música... - explicou ela confusa" (ela não conhece os nossos circunspectos pastores, só me viu a mim também a balançar, talvez pense que o clero protestante é dado ao pezinho de dança)
Dia 3 - Arazede - Como era uma celebração diferente o pároco local e eu estávamos sentados numas cadeiras ao nivel das primeiras filas da assistência. À minha frente ficava um homem alto que sem reparar me tapava completamente dos olhares dos fieis. Vem de lá do lado uma furiosa senhora que arranca tal homem (marido dela percebi depois eu) da primeira fila dizendo-lhe baixinho: "Não vês que estás a tapar a pastora? Mais valia não teres vindo!"
Dia 3 - Alhadas - Assim que começou a celebração entrou um cãozito pela igreja dentro e não arrancou pata durante todo tempo, passeou-se pelo altar e coxias, ninguém parecia importar-se. No final percebi que ele era um habitué das celebrações, e todos até sabem o seu nome.
domingo, janeiro 17, 2010
Vícios privados
Todos os dias às 21h00 na RTP Memória. E de repente desapareceu... era a sobremesa favorita cá de casa. Uma das melhores séries de sempre.
terça-feira, janeiro 12, 2010
Menino rico, menino pobre
A minha afilhada e a irmã em Lisboa andam um fantástico colégio Inglês. Todos os dias têm trabalhos de casa de pesquisa, ou fotocópias com exercícios que a escola envia. A escola quando vê que um aluno tem dificuldade oferece explicações gratuitamente. A escola também envia TODOS OS DIAS 2 ou 3 livros emprestados que elas têm que ler (ou que os pais lhes têm que ler antes delas saberem ler). Com 7 anos a minha afilhada lê fluentemente, fala e escreve em inglês e português. Aliás adora ler alto para todos ouvirem. Ela também tem televisão e computador e playstations, mas porque lê todos os dias, os livros fazem parte da sua vida.
A irmã da minha afilhada com 5 anos (idade em que se aprende a ler) reparou que o marido estava às voltas com o telemóvel novo e sugeriu. "Porque é que não lês o livro de instruções? "Já ficavas a saber!" Para elas a palavra escrita diz qualquer coisa. Quando querem saber alguma coisa até dizem "Isso vem num livro?"
O que eu reparo é que a palavra escrita para os meus alunos não lhes diz nada, eu tenho que lhes explicar o exercício porque quando lêem as instruções não as percebem.
Esta situação é trágica. O desnível social acentua-se dramaticamente. É verdade que agora todos têm acesso à educação gratuita, que a escolaridade é obrigatória. Mas isso significa o quê?
Nos anos 80 a minha amiga Elsa que estudou até ao 9º num colégio privado, mudou para uma escola pública no 10º porque os pais sabiam que o ensino público era melhor para esses últimos anos de liceu. Isso hoje em dia é impensável. Cada vez mais os pais que têm possibilidades põe os filhos em escolas privadas. E cada vez mais as crianças começam com explicações mais cedo. Porque são tão ineficientes as nossas escolas? Será que os professores são todos incompetentes? Será que os programas são assim tão maus?
Pode haver maus professores (eu tive alguns), há coisas que aprendemos na escola que não nos servem para nada. Mas será apenas isso?
A minha afilhada e a irmã estão num colégio que não tem toque de entrada. Os alunos aprendem a ver as horas ainda pequenos e são eles que quando chega à hora se dirigem para a sala de aula. Fazem uma fila e esperam pelo professor. Não há gritos, não há empurrões, o professor não os tem que mandar calar durante metade da aula. Eles sabem que estão ali para aprender. Também não há palmadas, ou puxões de orelhas, ou nada do estilo. Há disciplina.
Será que a minha afilhada e a irmã são crianças génio? Não. São apenas crianças que têm oportunidades. Que andam numa escola com disciplina (nem balda, nem despotismo), escola que os pais sabem que se elas se portarem muito mal no ano seguinte não há vaga.
Há algo de terrivelmente mau no reino das escolas em Portugal. Eu olho para os meus alunos aos pinotes dentro da aula, eu olho para os pais que acham muita piada ao mau comportamento dos filhos “são tão espertos”, e vejo o abismo de futuro que os espera dos outros meninos dos colégios, onde as crianças estão lá para aprender e ganharem ferramentas de vida. Esta educação tão desnivelada, vai trazer um abismo social dentro de anos. Os filhos dos ricos e os filhos dos pobres viverão em mundos tão distintos como viviam nos anos 50 e isso é trágico.
Olho para os desesperados professores meus colegas, que chegam ao fim do dia cheios de dores de cabeça, que contam os dias para a reforma, que estão dispostos a perder dinheiro de reforma e reformarem-se mais cedo porque não aguentam mais. E olho para os selvagenzinhos a quem os pais não controlam e não sabem respeito, educação e civismo. Para os professores que têm que comprar tinteiros para as impressoras porque os tinteiros nunca chegam, que compram resmas de papel se querem dar fotocópias aos alunos, que trazem de casa detergentes para a limpeza, que às vezes têm eles próprios que limpar as escolas porque faltam os subsídios e pergunto, que “paixão” é esta pela educação que dizem os governos sentir?
O problema do ensino português?
Laxismo institucional. Vontade de parecer bem nas estatísticas e vá de passar todos os alunos saibam eles ou não saibam. Essa ideia peregrina da “integração” onde crianças com as mais diversas dificuldades devem estar na mesma turma das outras e depois não há professores para as acompanhar. Falta de autoridade dos professores. Falta de meios para impor a disciplina: passou-se de um ensino sádico de castigos corporais e humilhação, para um ensino sem ordem ou regras. Os pais. Os pais que… sei lá eu… não compreendo muitos dos pais que vão pedir explicações porque o filho ficou sem um intervalo, que tem trabalhos de casa para o fim-de-semana, (tipo uma cópia, um página de contas e um desenho). Porque a professora lhe deu um castigo de escrever a tabuada ou qualquer coisa do género. Eu penso que se quando um aluno do ensino básico se portasse mal fosse o pai que recebesse o castigo, 90% dos problemas de disciplina seriam solucionados.
P.S. Lógico que há excepções. Mas cada vez mais são isso mesmo: Excepções.
domingo, janeiro 10, 2010
Havia um grande alvoroço nas margens do rio Jordão.
Um homem, com vestes de pêlo de camelo, pregava o baptismo do arrependimento dos pecados.
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Este baptismo de João não é ainda o baptismo cristão. Naquele tempo muitas seitas religiosas praticavam este rito, com o significado de que a vida passada deveria desaparecer, como se fosse levada pela corrente. Aquele que saía da água era considerado um homem novo, como se tivesse nascido naquele instante. No meio do povo, aparece também Jesus, que recebe este baptismo para surpresa daquele que o anuncia. Ao receber este baptismo de penitência e de perdão dos pecados (do qual não precisava, porque Ele não conheceu o pecado), Jesus solidarizou-Se com o homem, assumindo a sua condição.
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O baptismo é encarnação: Enquanto o povo se baptizava no rio, procurando perdão e uma nova vida, Deus desce até ao povo, e submetendo-se ao rito humano, diviniza-o. Jesus encarnado, Deus feito homem, aceita o rito humano, e dá-lhe um novo significado.
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Deus feito homem aceita a sua humanidade, e dá início à sua missão na terra: Viver como um de nós, anunciar a salvação, mostrar como se pode viver uma vida de esperança, liberdade e serviço.
Também para o Deus-homem, o baptismo foi um rito de passagem: O carpinteiro de Nazaré deixa a sua mãe e família e abraça agora a humanidade como sua família, ao ser baptizado também Jesus deixa para trás a sua vida anterior e aceita ir para onde o Espírito o enviar!
Como um de nós...
Como um homem qualquer,
em submissão,
vai Jesus ao Jordão,
cumprirá o rito do baptismo com água.
João é o grito
Que chama no deserto à conversão.
É-nos apresentado
no rio o perdão.
João o reconhece,
está escrito
Que chegará o Messias bendito;
Filho de Deus e nossa salvação.
João se nega
- é indigno de baptizar o Senhor!
Mas Jesus cumprirá toda a justiça,
Seguirá a divina vontade.
Trará com o baptismo: fogo e amor,
Espalhem no mundo notícia:
Ele é o caminho, a vida e a verdade!
quinta-feira, janeiro 07, 2010
terça-feira, janeiro 05, 2010
Elementar....
segunda-feira, janeiro 04, 2010
E chegámos a 2010
Nós
O marido mudou de emprego. Há um ano a trabalhar em Aveiro como técnico de frio, arranjou uma hérnia discal, muitas cicatrizes e queimaduras. Foi um ano duro. Agora o mesmo amigo que lhe arranjou esse emprego, arranjou-lhe outra a 5 minutos de casa. Ficámos estáticos de felicidade pois este emprego embora mal remunerado é já dentro da área de engenharia e pertinho de casa. O marido começa assim o ano com um emprego menos doloroso. Depois de centenas de curricula enviados e entregues em mão, chega-se à conclusão que sem cunhas não existem empregos aqui na zona centro.
Escola
Os Magalhães-Maravilha. Chegam os professores à escola em Setembro e perguntam pelos computadores (Não há que ter medo, muitos deles sobreviveram ao verão). E podem-se usar na sala de aula? Pode-se se for para jogar. Por quê? Simples, porque os papás durante o verão apagaram todos os conteúdos programáticos para instalarem jogos. E se os professores quiserem apagar os jogos para reinstalar os programas? Zangam-se os papás porque para estudarem os filhos têm os livros!
E se um Magalhães se estragar? O que se pode fazer? Vai-se à feira porque os ciganos vendem os Magalhães que calharam aos filhos por bom preço.
Igreja
Visitação – No campo as pessoas têm cães. Cães de guarda. No campo não há campainha nos portões. A campainha está lindinha refastelada ao lado da porta da casa, a uns metros dos portões e com cães grandes e pequenos de permeio. Os cães… os cães que nos ladram aos calcanhares, e se atiram às pernas e nós não sabemos se para morderem se apenas para assustar. Já aqui falei disto, eu sei. Mas o medo é recorrente.
domingo, dezembro 20, 2009
e de repente... ou talvez ultimamente
Tenho sentido uma irrecusável vontade de blogar...
É meia-noite e ainda estou a preparar a liturgia dos cultos de amanhã, mas a vontade de escrever ficou mais forte do que eu... Tenho tempo? Nenhum. Aliás é constante a sensação de que deveria a semana ter uns 10 dias e os dias umas 30 horas. Faço uma mordomia do tempo? Nem pensar. Amontoo tarefas e ainda arranjo mais umas coisas para fazer, que acho prementes, necessárias e impossíveis de não fazer.
O que tenho feito? Organizo eventos, encontros, retiros, cultos. Aplico-me nos Powerpoints, frequento reuniões, multiplico os ensaios, desmultiplico-me em cantatas, peças de Natal, liturgias, devocionais, letras de músicas e poesias. Produzo tudo que será descartado de domingo a domingo, pergunto-me se terá algum efeito no fundo.
Na pregação da minha ordenação, disse o reitor do meu seminário, que um pastor mais do que ser activo, deve ser contemplativo… pois sim, todos sabem que ninguém ouve as pregações…
Mas no meio do frenesim - e é assim que vivo mais um Natal – sinto uma paz tranquila que me diz: Nasceu Jesus. Este ano por mais caótico, frenético e assumidamente exacerbado que tem sido o trabalho de advento, sinto uma calma feliz. Uma sensação de estou a fazer o que é necessário, e é para isso que estou aqui.
E porquê blogar? Porque penso em tudo o que fiz e já esqueci porque não ficou registado.
E porque é Natal e a mensagem é de esperança e novas oportunidades. Tenho que gritar: Chegou o Natal!!! Feliz Natal!!!!!
terça-feira, maio 12, 2009
Na escola, pergunta-me uma menina de 7 anos:
- "Ó teacher! Quantos anos tens?"
- 43.
- "Ah que fixe, é a idade da minhá avó! Podias ser minha avó!!!"
He
terça-feira, maio 05, 2009
3 anos de blog...
quarta-feira, abril 29, 2009
Pedido
quarta-feira, março 25, 2009
Visitação
A última vez que tentei ir visitar alguém sozinha, um irmão da igreja disse-me que a casa que eu queria ficava depois do 2º candeeiro aceso. Ora à distância que estava parecia que só havia 2 candeeiros, quando cheguei à rua havia muitos candeeiros acesos e enfrentei numa das casas 2 cães de guarda - "Olhe que estranho eles deixaram-na passar!" - Quando vi os cães a ladrar-me à janela do carro, eu tinha respirado fundo e saído do carro confiada que o tal irmão me teria avisado se na casa em questão houvesse cães perigosos, na verdade a casa que eu queria não tinha cães perigosos, mas esta não era a casa que eu queria - "Eles não costumam ser tão simpáticos" (eles não pareciam simpáticos), comentou o vizinho depois de me dizer que aquela não era a casa que eu procurava, mais à frente tentei despegar-me de uma vizinha simpática que queria saber EXACTAMENTE o que é que eu era e porque queria visitar quem eu ia visitar, e desfiz-me em desculpas para não apoquentar um vizinho desconfiado que lá resmungou que era na casa ao lado. Portanto é uma odisseia fazer visitação no campo.
Muitos ti qualquer coisa: Ti Olívia, Ti Piedade. Muitos filhos de... mãe de: Filha da Alcina, mãe do João. O Zé da Tila. E a mais interessante a Ti Maria da Loiça...
Os netos de novo.
Um deles seria um óptimo aluno se quisesse (ou a vida premitisse). Um amigo meu que trabalhou com crianças de rua na cidade do México, diz que os miúdos que fugiam de casa eram normalmente os melhores miúdos. O N. é inteligente, até é simpático com alguns miúdos e ajuda-os nas fichas, mas depois há dias em que risca e rasga os cadernos dos outros. Dá uma tapada nos livros e folhas dos outros para elas caírem. Grande vulcão deve ir lá dentro. Quando o mando para fora da aula, normalmente acalma - sem audiência faz tudo com ar triste mas perfeito. Outros dias foge.
Dou voltas à cabeça. Como é que eu posso ser uma bênção para estas crianças (ao mesmo tempo que lhes tento ensinar inglês)?
Sinto que tenho que estar lá para ajudar. Mas o caminho não é claro. Entre dias em que estou fartas deles. E os momentos em que percebo que que eles precisam de alguém que lhes mostre interesse.
Day by day...
sexta-feira, março 13, 2009
Os Netos de Rousseau
Durante algum tempo as coisas acalmaram nas tais aulas de inglês. Mas ultimamente, seja a primavera, seja o vento a verdade é que especialmente numa das escolas o mau comportamento é uma constante. No outro dia ao entrar na escola vi uma auxiliar a rebocar um miúdos que tinha batido numa colega, enquanto a outra tentava sentar um outro aos pinotes. Um dos meus alunos entrou na aula logo a bater e a puxar o cabelo da colega, enquanto outro gritava em plenos pulmões e passava uma rasteira a outra menina, e um outro se ria e se deitava no chão, para chavascal dos restantes.
Acho que não tenho soluções.
Uma das professoras titulares diz que vai já este ano para a reforma porque já não aguenta, e a outra conta os anos para se reformar.
8 anos! Oito anos têm as crianças que fazem desmorecer gente que se entregou ao ensino toda uma vida. E os pais? Pois muitos deles acham que os filhos têm o direito à escola como toda a gente tem o direiro de poluir e usar os recursos da terra: Sem deveres, sem cuidado, sem respeito. Uma mãe de uma escola ao lado vangloriava-se, no café da terra, de ter virado a mesa à professora e "A sorte dela (professora) - continuava a mãe a dizer - foi eu estar de bom humor, senão partia-lhe a cara toda!" Porquê? Porque a professora lhe disse que o filho era mal educado. O que provavelmente era mesmo verdade. Acho que os professores deviam ser espécies protegidas, daquelas em que se tem que pagar multas por por em perigo.
O que acontece é que muitos destes miúdos aprendem que não precisam de respeitar nada excepto a força - tenho a certeza que a maior parte deles apanha e apanha forte em casa, o que leva a que só parem quando apanham - mas não respeitam o outro só porque é um ser humano. Estes pais estão a criar gente violenta que não se quer esforçar. Que acha que tem direito a tudo sem trabalhar. Que acha que só porque pode, deve causar mal aos outros. No fundo eles esperam que eu lhes bata e como eu não o faço, pensam que como não há consequências, podem portar-se mal.
Não acho que as estes miúdos tenham nascidos selvagens, mas acho que ninguém lhes ensinou respeito, deveres, cuidado. E percebe-se os miúdos que têm lares estáveis e pais que são pais a sério. Podem ter dificuldades, podem fazer barulho, podem desobedecer, porque é normal mas não prejudiacam os outros de propósito. Nada substitui o lar, e à escola chegam miúdos sem qualquer estrutura ou princípios.
Muitas vezes os programas ensinam que é preciso estimular, fazer interessar, divertir os alunos. Concordo com aulas diferentes, interessantes, desafiadoras, mas no final há sempre uma dose de esforço que é necessária para aprender: No mínimo ouvir as regras de um jogo, estar calado quando os outros jogam, não roubar/destruir/riscar os cartões/desenhos/brinquedos do vizinho, não atropelar os outros para passar à frente, não fazer batota. Mesmo nos jogos há regras.
Eu teria uma regra: A escolaridade deveria ser gratuita para todas as crianças que se portassem bem (e portar bem não significa ser um santinho). Mas os pais que não acompanhassem os filhos, que não os ajudassem, que desafiassem a orientação dos professores, que têm uma vida tão destruturada que isso se repercute no modo como os seus filhos se relacionam com os colegas e professores deveriam pagar a escola e/ou ser obrigados a frequentar cursos para pais. Porque ter um professor é um privilégio. Ter alguém que dedica horas a outras pessoas devia ser reconhecido e não pisoteado. Estas crianças são esponjas, espelhos do que aprendem em casa e levam para a escola. E devemos-lhes o esforço de lutar pelo seu futuro. E se os pais não conseguem sozinhos há que os ajudar, ou forçar a receber ajuda. E no fundo eles são ainda umas crianças, que choram quando perdem a borracha, que me pedem para afiar o lápis quando o bico se parte. Têm oito anos.... Crianças que de tão revoltadas têm que espalhar a sua dor à sua volta. Sinto um misto de pena e de saturação quando penso nos meus alunos problemáticos.Pobres crianças mal-educadas!
Mas digo-vos que prefiro um dúzia de adolescentes dos bairros problemáticos de Lisboa a estes netos campestres de Rousseau.
terça-feira, março 10, 2009
Máquinas
sexta-feira, março 06, 2009
Ordenação - reflexões
1. Havia um homem que decidiu fazer um banquete e convidou os seus vizinhos, amigos e conhecidos, alguns deles recusaram ir dizendo: "Tenho outras coisas para fazer". "Tenho coisas que me impedem de ir." Então vieram da rua pessoas que o senhor não conhecia e quiseram descobrir o que era aquela festa, e porque celebrava assim o senhor.
http://tv1.rtp.pt/noticias/?headline=20&visual=9&tm=8&t=Mulher-ordenada-pastora.rtp&article=205446
http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?tvprog=1115
2. O impôr das mãos é confiança e envio. Depositam-se esperanças e necessidades. Envia-se com o desejo de futuro. O impôr das mãos é dizer: "Que bom que o nosso Deus te trouxe até aqui!" É dizer: "Que o Senhor te empurre daqui em diante!" O impôr das mãos é carrego que atasca, é leveza que faz voar. Numa ordenação é-se abençoado para servir.
3. Ser pastor/pastora, é um caminho sem mapa, com poucas áreas de serviço, com muitos pneus furados, avarias, despistes e embates. Olham para nós como se devêssemos ser perfeitos e rejeitam as nossas fraquezas, enganos, cansaço. Pensam em nós como super-homens/mulheres. Mas um pastor sabe que é o mais fracos de todos, porque muito lhe é pedido. Só agora durante o estágio a aura de proximidade divina se transformou na luta diária para não largar a mão de Deus. Dizia-me um querido pastor amigo, no dia seguinte à ordenação: "Ser pastor é escolher também o caminho do sofrimento."
4. Basicamente ser pastor é ser luz no meio das trevas. Mas abomino as trevas. Queria viver no mínimo à média luz. Queria ser candeeiro de uma rua bem iluminada. Aquele candeeiro que está aceso durante o dia e quase não se dá por ele. Nada assusta tanto como estar sozinha, diferente, destacada no meio da maioria. E ser pastor é ser luz que luta. Não queria lutar. Queria companhia, consolo, segurança.
5. Ser pastora é luta a dobrar. É preciso justificar. Mostrar que se é digna. Que se é capaz. O mundo religioso ainda é feito à imagem masculina. Nós somos excepção. A novidade. Aquela que é preciso provar se...
6. E como sempre -
Mesmo depois de ordenada -
Se dizemos o que pensamos,
há sempre um homem que nos diz:
"Mulher está calada!"
terça-feira, fevereiro 10, 2009
quinta-feira, fevereiro 05, 2009
sexta-feira, janeiro 16, 2009
Up date
Escola:
Os terroristas do Tojeiro estão domados. Fichas e mais fichas, intervalos que não o foram, notazinhas para casa e o problema resolveu-se. Ainda há tentativas de sublevação, mas no geral as aulas correm sem problemas e esta semana, em dois dias cheguei a ouvir o mais cristalino silêncio... de repente dei por mim com eles todos calados a escrever... Agora ajudam-me a apagar o quadro, a descolar as cartolinas, a arrumar as folhas... é interessante no fundo eles não querem portar-se mal e agradecem que nós não os deixemos.
NOTA: Não encontrei um único familiar que transportasse as crianças nas bicicletas e motas com capacete. Nos carros metade deles vão à frente e alguns sem cinto... Até arrepia!
Vida: Já fizemos 6 meses de casados. Um deles a vivermos juntos!!!! O tempo corre mais rápido, os contadores disparam velozes, as compras desaparecem num instante, as máquinas trabalham mais vezes. Gostei de viver sozinha, tem as suas vantagens: concentração, independência. Mas não me apetece voltar a viver assim. Há coisas giras que se podem dizer do marido. Mas a mim aquilo que me chama a atenção é que o meu marido me comove. O temperamento dele - tão diferente do meu - é claro, cristalino. Sei que ele é melhor pessoa que eu. Felizmente na nossa teologia não se ganha a vida eterna por mérito. Ficaríamos em céus diferentes. Ele uns céuzitos mais acima. Assim nesta horizontalidade salvífica que prego tenho chances de viver com ele para sempre.
Fé: Querendo Deus serei ordenada dia 28 de Fevereiro. É uma frase grande, tão pesada, tão sugadora. Ser pastora não foi o sonho de uma vida. Foi uma chamada tardia, resistida, inacreditada. Estes últimos meses tenho procurado cá dentro o caminho a seguir. Quero respostas, certezas, alicerces. Deus oferece-me indícios, caminhos, sonhos. Nós somos barro, Deus é sopro de vida. E como tal temos dificuldade em nos entendermos.
segunda-feira, dezembro 22, 2008
4º Domingo de Advento
sábado, dezembro 13, 2008
3ª Semana de Advento
Desce a noite lenta, sobre a terra,
Bela e triste, quase irreal!
Bela demais em seu sublime encanto,
triste demais para nascer um santo:
Nasce um Deus neste primeiro Natal.
À Ordem de César, Belém se agita
anima a cidade o decreto real;
cheia demais está a hospedaria
à jovem cansada, resta a estrebaria,
Nela nasce Deus no primeiro Natal.
d
Pastores que velam na escura montanha.
ouvindo a nova do coro angelical,
Deixam o rebanho, em busca de luz,
primeiros crentes, vão ver Jesus:
Adoram Cristo no primeiro Natal
Sábios à espera do doce milagre,
Reconhecendo a estrela divinal,
Deixam o Oriente,
trazendo tesouros, Simbólica oferta –
mirra, incenso e ouro:
Presentes para Deus no primeiro Natal.
c
Homem,
Não maldigas tua sorte incerta,
Não tornes vã a noite sem igual.
Que importa que Jesus tenha nascido,
Que importa que Ele tenha sofrido,
Se Ele não nascer em ti neste Natal?
Deixa o orgulho,
A indiferença, o ódio,
Sê humilde e crente, abandona o mal.
Não faças do teu coração hospedaria
Onde lugar p´ra Cristo não havia:
Dá lugar a Deus neste Natal.
Aceita
A história simples da estrebaria,
A estrela linda, o coro angelical.
Entrega o coração em mística oferta,
Em tua alma haverá paz,
No céu haverá festa,
Se Cristo nascer em ti neste Natal.