sexta-feira, janeiro 29, 2010

lá longe...

...a minha querida amiga Lídia vai-se graduar.
Dia 29 de Janeiro, pelas 15h, será a cerimónia do final de curso de licenciatura do XI CLE, da Escola Superior de Enfermagem de São Francisco das Misericórdias. Não consigo dizer a admiração que tenho por ela. A Lídia é feita de tenacidade, fé e simplicidade. A sua vida é um "against all odds". Partilhámos o quarto no IBP quando eu fiz lá o meu primeiro ano de teologia e ela estava quase a acabar o dela. Entre Hillsong e tribalistas estudávamos e lutávamos. Conversávamos sobre nós, as nossas gentes, os nossos sonhos e pesadelos. Eu vi o que era viver esperando o pão nosso de cada dia. A Lídia trabalhava MUITO e estudava AINDA MAIS e poupava cada cêntimo. Contava os litros de gasolina que punha no carro, jantava e almoçava muitas vezes sopa, a roupa era-lhe enviada pela mão de Deus. A Lídia nunca abandonou o seu sonho. Ela é um exemplo de vida. Fui para Espanha, vim para o centro do país, e a nossa amizade vive de MUITO esporádicos telefonemas. E quando a vejo nunca lhe consigo dizer o quanto a admiro, como recebo dela tantas lições de fé.
No dia 29 de Janeiro a menina que tinha um sonho vai cumpri-lo e eu vou estar longe.
Mas da diáspora, te dou os parabéns minha querida amiga. Que o nosso Deus a quem sempre amaste e obedeceste te guarde e te continue a guiar.

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Em Lisboa eu era uma viciada em cinema. Desde os movies ao cinema, eu estava sempre lá. Na diáspora faz-me falta o cinema. a Figueira da Foz só tem movies e em Coimbra chegam apenas alguns dos bons filmes de autor. (E Coimbra fica a 40 minutos)

No fim de semana passado, no Porto, por milagre conseguimos ver 2 filmes (já não íamos ao cinema desde as férias).

O Laço Branco e Avatar - Os 2 géneros citados no seu explendor. Saboreei cada pedaço do Laço Branco, sentindo-me privelgiada por poder ver uma obra de arte: o ritmo, a contenção, a beleza o horror, o descoberto e o que nunca saberemos, fazem deste filme um inesquecível a que é obrigatório voltar.
km
Avatar é um movie, para pipocas e snacks. (Detesto aquela coisa de ter que pagar 2€ por uns óculos emprestados e que até fazem doer os olhos, mas pronto... ) O filme uma espécie de bio-western onde índios-peles-azuis-gatos-bons selvagens se batem pela sobrevivência da mãe-floresta contra o vil e ganancioso homem branco, cumpre a função do 1º episódio da saga que virá: Entretém.
mmm
Ninguém faz filmes de entretenimento como os americanos. Ninguém faz obras de arte como os europeus. E fazem-me falta os dois tipos.

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Estranha forma de vida

E faz o marido anos, no meio desta maratona de celebrações. Não pode haver festa, nem bolo no dia pois a noite vamo-la passar em Portomar em mais uma oração da SOU. E com tanta coisa que fazer nem pude fazer a ementa favorita dos seus anos desde que era pequenino: Frango frito. Fica para depois. Sempre gostei de festas: Natal, Aniversário, Casamentos, etc.. Mas com este modo de vida, adiam-se frequentemente para outro dia as festas. Passamos a celebrar o facto mais do que o dia... Para os que não têm tido notícias nossas aqui vai um festival de fotos. Também os encontros com os amigos são adiados, penso muitas vezes, ad aeternum.

Semana de oração pela unidade dos cristãos 2010

Este ano estamos a fazer uma maratona de 6 reuniões. Este ano o texto da celebração é lindíssimo. Escrito na Escócia é um texto que nos convida a reflectir sobre a caminhada de Emaús.

Dia 1 - Figueira da Foz - A minha colega Sandra de toga preta dirigiu com o pároco local a cerimónia. No final diz-me uma senhora bem intencionada: "A pastora é muito simpática, mas se tivesse vestido qualquer coisa mais alegre, ficava melhor..."

Dia 2 - Cantanhede - Balança-se o Frei franciscano folfazão e feliz ao som da música dos cânticos. No final uma paroquiana pergunta-lhe: "O senhor é pastor protestante?" (o frei estava com o hábito franciscano e disse-lhe que era frade) "...dançou tanto ao som da música... - explicou ela confusa" (ela não conhece os nossos circunspectos pastores, só me viu a mim também a balançar, talvez pense que o clero protestante é dado ao pezinho de dança)

Dia 3 - Arazede - Como era uma celebração diferente o pároco local e eu estávamos sentados numas cadeiras ao nivel das primeiras filas da assistência. À minha frente ficava um homem alto que sem reparar me tapava completamente dos olhares dos fieis. Vem de lá do lado uma furiosa senhora que arranca tal homem (marido dela percebi depois eu) da primeira fila dizendo-lhe baixinho: "Não vês que estás a tapar a pastora? Mais valia não teres vindo!"

Dia 3 - Alhadas - Assim que começou a celebração entrou um cãozito pela igreja dentro e não arrancou pata durante todo tempo, passeou-se pelo altar e coxias, ninguém parecia importar-se. No final percebi que ele era um habitué das celebrações, e todos até sabem o seu nome.

domingo, janeiro 17, 2010

Vícios privados


Todos os dias às 21h00 na RTP Memória. E de repente desapareceu... era a sobremesa favorita cá de casa. Uma das melhores séries de sempre.

terça-feira, janeiro 12, 2010

Menino rico, menino pobre

A minha afilhada e a irmã em Lisboa andam um fantástico colégio Inglês. Todos os dias têm trabalhos de casa de pesquisa, ou fotocópias com exercícios que a escola envia. A escola quando vê que um aluno tem dificuldade oferece explicações gratuitamente. A escola também envia TODOS OS DIAS 2 ou 3 livros emprestados que elas têm que ler (ou que os pais lhes têm que ler antes delas saberem ler). Com 7 anos a minha afilhada lê fluentemente, fala e escreve em inglês e português. Aliás adora ler alto para todos ouvirem. Ela também tem televisão e computador e playstations, mas porque lê todos os dias, os livros fazem parte da sua vida.

A irmã da minha afilhada com 5 anos (idade em que se aprende a ler) reparou que o marido estava às voltas com o telemóvel novo e sugeriu. "Porque é que não lês o livro de instruções? "Já ficavas a saber!" Para elas a palavra escrita diz qualquer coisa. Quando querem saber alguma coisa até dizem "Isso vem num livro?"

O que eu reparo é que a palavra escrita para os meus alunos não lhes diz nada, eu tenho que lhes explicar o exercício porque quando lêem as instruções não as percebem.

Esta situação é trágica. O desnível social acentua-se dramaticamente. É verdade que agora todos têm acesso à educação gratuita, que a escolaridade é obrigatória. Mas isso significa o quê?

Nos anos 80 a minha amiga Elsa que estudou até ao 9º num colégio privado, mudou para uma escola pública no 10º porque os pais sabiam que o ensino público era melhor para esses últimos anos de liceu. Isso hoje em dia é impensável. Cada vez mais os pais que têm possibilidades põe os filhos em escolas privadas. E cada vez mais as crianças começam com explicações mais cedo. Porque são tão ineficientes as nossas escolas? Será que os professores são todos incompetentes? Será que os programas são assim tão maus?

Pode haver maus professores (eu tive alguns), há coisas que aprendemos na escola que não nos servem para nada. Mas será apenas isso?

A minha afilhada e a irmã estão num colégio que não tem toque de entrada. Os alunos aprendem a ver as horas ainda pequenos e são eles que quando chega à hora se dirigem para a sala de aula. Fazem uma fila e esperam pelo professor. Não há gritos, não há empurrões, o professor não os tem que mandar calar durante metade da aula. Eles sabem que estão ali para aprender. Também não há palmadas, ou puxões de orelhas, ou nada do estilo. Há disciplina.

Será que a minha afilhada e a irmã são crianças génio? Não. São apenas crianças que têm oportunidades. Que andam numa escola com disciplina (nem balda, nem despotismo), escola que os pais sabem que se elas se portarem muito mal no ano seguinte não há vaga.

Há algo de terrivelmente mau no reino das escolas em Portugal. Eu olho para os meus alunos aos pinotes dentro da aula, eu olho para os pais que acham muita piada ao mau comportamento dos filhos “são tão espertos”, e vejo o abismo de futuro que os espera dos outros meninos dos colégios, onde as crianças estão lá para aprender e ganharem ferramentas de vida. Esta educação tão desnivelada, vai trazer um abismo social dentro de anos. Os filhos dos ricos e os filhos dos pobres viverão em mundos tão distintos como viviam nos anos 50 e isso é trágico.

Olho para os desesperados professores meus colegas, que chegam ao fim do dia cheios de dores de cabeça, que contam os dias para a reforma, que estão dispostos a perder dinheiro de reforma e reformarem-se mais cedo porque não aguentam mais. E olho para os selvagenzinhos a quem os pais não controlam e não sabem respeito, educação e civismo. Para os professores que têm que comprar tinteiros para as impressoras porque os tinteiros nunca chegam, que compram resmas de papel se querem dar fotocópias aos alunos, que trazem de casa detergentes para a limpeza, que às vezes têm eles próprios que limpar as escolas porque faltam os subsídios e pergunto, que “paixão” é esta pela educação que dizem os governos sentir?

O problema do ensino português?
Laxismo institucional. Vontade de parecer bem nas estatísticas e vá de passar todos os alunos saibam eles ou não saibam. Essa ideia peregrina da “integração” onde crianças com as mais diversas dificuldades devem estar na mesma turma das outras e depois não há professores para as acompanhar. Falta de autoridade dos professores. Falta de meios para impor a disciplina: passou-se de um ensino sádico de castigos corporais e humilhação, para um ensino sem ordem ou regras. Os pais. Os pais que… sei lá eu… não compreendo muitos dos pais que vão pedir explicações porque o filho ficou sem um intervalo, que tem trabalhos de casa para o fim-de-semana, (tipo uma cópia, um página de contas e um desenho). Porque a professora lhe deu um castigo de escrever a tabuada ou qualquer coisa do género. Eu penso que se quando um aluno do ensino básico se portasse mal fosse o pai que recebesse o castigo, 90% dos problemas de disciplina seriam solucionados.


P.S. Lógico que há excepções. Mas cada vez mais são isso mesmo: Excepções.

domingo, janeiro 10, 2010

Havia um grande alvoroço nas margens do rio Jordão.

Um homem, com vestes de pêlo de camelo, pregava o baptismo do arrependimento dos pecados.
s
Este baptismo de João não é ainda o baptismo cristão. Naquele tempo muitas seitas religiosas praticavam este rito, com o significado de que a vida passada deveria desaparecer, como se fosse levada pela corrente. Aquele que saía da água era considerado um homem novo, como se tivesse nascido naquele instante. No meio do povo, aparece também Jesus, que recebe este baptismo para surpresa daquele que o anuncia. Ao receber este baptismo de penitência e de perdão dos pecados (do qual não precisava, porque Ele não conheceu o pecado), Jesus solidarizou-Se com o homem, assumindo a sua condição.
h
O baptismo é encarnação: Enquanto o povo se baptizava no rio, procurando perdão e uma nova vida, Deus desce até ao povo, e submetendo-se ao rito humano, diviniza-o. Jesus encarnado, Deus feito homem, aceita o rito humano, e dá-lhe um novo significado.
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Deus feito homem aceita a sua humanidade, e dá início à sua missão na terra: Viver como um de nós, anunciar a salvação, mostrar como se pode viver uma vida de esperança, liberdade e serviço.
Também para o Deus-homem, o baptismo foi um rito de passagem:
O carpinteiro de Nazaré deixa a sua mãe e família e abraça agora a humanidade como sua família, ao ser baptizado também Jesus deixa para trás a sua vida anterior e aceita ir para onde o Espírito o enviar!

Como um de nós...


Como um homem qualquer,
em submissão,
vai Jesus ao Jordão,
cumprirá o rito do baptismo com água.
João é o grito
Que chama no deserto à conversão.

É-nos apresentado

no rio o perdão.
João o reconhece,

está escrito
Que chegará o Messias bendito;
Filho de Deus e nossa salvação.

João se nega
- é indigno de baptizar o Senhor!
Mas Jesus cumprirá toda a justiça,
Seguirá a divina vontade.

Trará com o baptismo: fogo e amor,
Espalhem no mundo notícia:
Ele é o caminho, a vida e a verdade!

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Long long time ago, no Liceu Filipa de Lencastre


terça-feira, janeiro 05, 2010

Elementar....


"São cravos senhor..."
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Pergunto aos meus alunos do 4º ano o que foi o 25 de Abril.
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- Foi quando uma rainha muito boa estava casada com um rei mau. A rainha queria dar pão aos pobre e por isso trazia cravos nos bolsos do vestido.
b
- Houve uma revolução porque em 1743 os polícias andavam sem roupa e por isso as pessoas falavam ao pé deles. E assim como os polícias não tinham roupa as pessoas iam presas.

segunda-feira, janeiro 04, 2010

E chegámos a 2010

Nós
O marido mudou de emprego. Há um ano a trabalhar em Aveiro como técnico de frio, arranjou uma hérnia discal, muitas cicatrizes e queimaduras. Foi um ano duro. Agora o mesmo amigo que lhe arranjou esse emprego, arranjou-lhe outra a 5 minutos de casa. Ficámos estáticos de felicidade pois este emprego embora mal remunerado é já dentro da área de engenharia e pertinho de casa. O marido começa assim o ano com um emprego menos doloroso. Depois de centenas de curricula enviados e entregues em mão, chega-se à conclusão que sem cunhas não existem empregos aqui na zona centro.


Escola
Os Magalhães-Maravilha.
Chegam os professores à escola em Setembro e perguntam pelos computadores (Não há que ter medo, muitos deles sobreviveram ao verão). E podem-se usar na sala de aula? Pode-se se for para jogar. Por quê? Simples, porque os papás durante o verão apagaram todos os conteúdos programáticos para instalarem jogos. E se os professores quiserem apagar os jogos para reinstalar os programas? Zangam-se os papás porque para estudarem os filhos têm os livros!


E se um Magalhães se estragar? O que se pode fazer? Vai-se à feira porque os ciganos vendem os Magalhães que calharam aos filhos por bom preço.


Igreja

Visitação – No campo as pessoas têm cães. Cães de guarda. No campo não há campainha nos portões. A campainha está lindinha refastelada ao lado da porta da casa, a uns metros dos portões e com cães grandes e pequenos de permeio. Os cães… os cães que nos ladram aos calcanhares, e se atiram às pernas e nós não sabemos se para morderem se apenas para assustar. Já aqui falei disto, eu sei. Mas o medo é recorrente.