segunda-feira, dezembro 22, 2008

4º Domingo de Advento


No centro de saúde de Cantanhede, ouço o programa do Goucha. Uma mulher com 5 filhos e uma delas com paralesia cerebral dizia: "Não gosto do Natal! - e dizia que era difícil explicar às crianças porque é que elas não podiam receber presentes."
E penso que enquanto no mundo houver um pobre que diga: Não gosto do Natal, é porque nós não espalhámos convenientemente a mensagem de libertação e salvação.
d
Podemos usar rios de tinta falando do verdadeiro sentido de Natal, que não tem a ver com consumismo, verdade.
Mas o Natal foi anunciado numa aldeola esquecida no meio da terra samaritana: Nazaré, a uma mulher do povo simples e comum: Maria, os anjos cantaram para gente desprezada: os pastores, uma estrela guiou um bando de estrangeiros: Os magos. O Natal é uma mensagem que transborda oferecida aos que nada têm ou são diferentes. O Natal não tem nada a ver com anjinhos rochunchudos, estrelinhas cintilantes, o Natal é uma mensagem de guerra ao mal. De luta contra os impérios terrenos. É o Messias libertador que vem em socorro do povo humilhado e subjugado. E por isso enquanto que o Pai Natal dá aos que já têm, o Natal oferece aos que já desistiram de pedir. Enquanto o Pai Natal ilumina as casas quentinhas, espaçosas e refinadas, o Natal diz: confortai, confortai o meu povo.
Esta é a mensagem de Natal: confortemos os que nada têm, os que desistiram de sonhar, de esperar dias melhores.
h
Enquanto houver alguém a dizer que não gosta do Natal porque lê nos rostos dos filhos a realidade crua da pobreza, então falhámos.

sábado, dezembro 13, 2008

3ª Semana de Advento



Desce a noite lenta, sobre a terra,
Bela e triste, quase irreal!
Bela demais em seu sublime encanto,
triste demais para nascer um santo:
Nasce um Deus neste primeiro Natal.




À Ordem de César, Belém se agita
anima a cidade o decreto real;
cheia demais está a hospedaria
à jovem cansada, resta a estrebaria,
Nela nasce Deus no primeiro Natal.


d

Pastores que velam na escura montanha.
ouvindo a nova do coro angelical,
Deixam o rebanho, em busca de luz,
primeiros crentes, vão ver Jesus:
Adoram Cristo no primeiro Natal






Sábios à espera do doce milagre,
Reconhecendo a estrela divinal,
Deixam o Oriente,

trazendo tesouros, Simbólica oferta –
mirra, incenso e ouro:
Presentes para Deus no primeiro Natal.
c

Homem,
Não maldigas tua sorte incerta,
Não tornes vã a noite sem igual.
Que importa que Jesus tenha nascido,
Que importa que Ele tenha sofrido,
Se Ele não nascer em ti neste Natal?


Deixa o orgulho,
A indiferença, o ódio,
Sê humilde e crente, abandona o mal.
Não faças do teu coração hospedaria
Onde lugar p´ra Cristo não havia:
Dá lugar a Deus neste Natal.

Aceita
A história simples da estrebaria,
A estrela linda, o coro angelical.
Entrega o coração em mística oferta,
Em tua alma haverá paz,
No céu haverá festa,
Se Cristo nascer em ti neste Natal.


Myrtes Mathias
Pintura: He Qi

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Portugal no seu melhor


A avó presurosa, vai buscar os netos à escola. O garoto de 7 e a menina de 4 saltam de alegria.
A avó encosta a motorizada. Precavida veste casacos que protegem do frio e enfia gorros coloridos.
Já de saída, põe o capacete e senta-se na mota, salta o neto para trás e a neta para a frente. Os três afastam-se:
A avó de capacete e os netos de gorro.

quarta-feira, dezembro 10, 2008

2ª Semana de Advento


Advento é espera. E quando já não se espera nada? Ou se tem medo do que se espera?

Advento é esperança. A esperança dá cor à espera. Dá-lhe a certeza da beleza e bondade.

A esperança transforma a espera em desejo. E o desejo recria o futuro. Dá-lhe asas e alegria.

Espero, tenho esperança, desejo que neste Natal o Espírito me faça voar e sentir a mão de Deus que acolhe, conforta e envia.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Fugas



d
d
dd
d
d
d
d
Há tempos de bonança e alegria, nos quais esquecemos Deus repletos pelas bênçãos recebidas.

Há tempos de angústia e desespero nos quais renegamos Deus pelas dores inflingidas.
a
Habank, Heilige Familie

terça-feira, dezembro 02, 2008

1ª Semana de Advento


A história da Estrebaria ensina-nos a aproveitar o que temos. Metade da nossa vida perdemo-la vivendo no conjuntivo. Se... quando... então seríamos/seremos felizes.
f
Nasceu o Salvador. Alegramo-nos? A história conta-nos que os anjos cantaram nos céus. Provavelmente nós diríamos: Ah... se ele tivesse nascido numa casinha aquecida, com umas roupinhas, mesmo emprestadas. E se houvesse uma fogueirinha... então poderíamos cantar o Natal. A estrebaria ensina-nos a tirar proveito do que temos... não temos o ideal, mas podemo-nos alegrar com a garrafa meia cheia.
g
Queremos a perfeição. O ideal. A fantasia: O irreal. E somos tão garganeiros, que nos esquecemos de aproveitar o que temos. Ai que já tenho 40 anos! Ai que 10 pessoas não gostam de mim! Ai que o meu filho não tira um curso superior! Ai que gente irracional que me governa! Ai que... ai que... E esquecemo-nos da sabedoria que adquirimos. Das pessoas tão especiais e fiéis que nos amam e preenchem a nossa vida de alegria e amor. Que o meu filho é saudável e boa pessoa. Que cada um de nós tem a capacidade de escolher o seu destino. Que Jesus nasceu no meio do gado, envolto em panos.
h
O ser humano tem a capacidade de se superar a si próprio, de ser genial, de ir mais além. Mas isso não pode infernizar a nossa existência. A capacidade para, não pode fazer com que deixemos de apreciar o caminho, a situação actual, o que de bom temos. Muitas vezes o desejo pela perfeição (impossível muitas vezes) envenena a realidade.
h
A história da manjedoura, do burrinho, dos pastores visitantes, ensina-nos que do comezinho, da simplicidade também pode surgir a milagrosa, a redentora vontade conseguir ser feliz.
h
Feliz Natal