quinta-feira, setembro 18, 2008

On the road again...






So here I am, with my bags (not yet packed) to USA.

Um mês (inteirinho) a partir de segunda feira.

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Abriu a época da caça...(as coisas que eu descubro vivendo aqui)

Pois foi, e como é que eu sei? Porque há duas semanas para cá acordo todos os fins de semana e às quintas-feiras às 6hoo.
Vivo por cima de um café onde por volta dessa hora vêm os caçadores com o rádio aos berros e os cães a latir, beber a cervejinha da ordem. Hoje os cães começaram a ladrar ou a lutar (o ladrar e o rosnar eram acordadores) e os donos a gargalhar e a atiçar. Eu que vivi 2 anos em Madrid ao lado da estação de comboios, acordo agora com esta distração matinal. Pimba + ladrar + gargalhar + vozes de macho a atiçar cães.

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segunda-feira, setembro 15, 2008

Casamento na Gândara

1º O casamento aqui começa com um ENORME pequeno-almoço no local da recepção: Salgadinhos, pãezinhos de leite com fiambre e queijo, não está mal... mas para além disso é claro que não pode faltar o leitão logo de manhã e é possível encontrar saladinha de atum, chanfana e para acompanhar cervejinha fresquinha e vinho verde.

2º Em cortejo chega-se à igreja para onde uns amigos do noivo precavidos, não vá o casamento demorar muito, transportam uma geleira com várias garrafas de vinho verde, pois homem que é homem fica à porta da igreja, ora se o sermão demora muito não se fica ali ao sol com a garganta seca, enfileiravam-se já bastantes garrafas junto ao muro da igreja, quando finalmente descem os noivos que são atacados com vários pacotes de arroz e algumas pétalas. Na verdade os pacotes de arroz são despejados directamente sobre as cabeças dos noivos. Fogem os noivos para o carro já todo enfeitado de fitas e flores.

4º O almoço,servido às 4h00 é bom e suculento. Mas... coisa interessante os casamentos têm uma espécie de intervalo - antigamente era porque as pessoas tinham que ir dar de comer aos animais e tirar o leite às vacas, hoje é porque já é tradição. -Então eu que tive que sair antes do almoço acabar pois tinha um ensaio na igreja, quando volto descubro o local quase vazio, com o habitual grupo de animação a repetir as músicas do Quim Barreiros até à exaustão. Por volta das 21h voltam as pessoas mas já vestidas de outra maneira, fica o marido de fato a destoar. Eu até gosto de trautear música Pimba, só que este grupo em 10 múscias que cantava 8 era do Quim.

5º O baile. Interessante os rapazes e homens que resistem quase todos aos pedidos das namoradas e mulheres para dançar, abraçam-se uns aos outros e dançam: pulam todos aos molho com Chutos e Pontapés e comprimem-se dois a dois bem juntinhos com o Quim Barreiros e etc... Interessante mesmo.

6º Corta-se o bolo com fogo de artifício e depois voltamos para o jantar. Por volta da meia-noite despeço-me pois o dia de domingo é de trabalho, mas a festa ainda deveria estar para durar.

Going to the USA

E durante 1 mês vou andar pelo USA profundo. De Detroit, cidade dos carros à Nation´s Capital, de Nashville Tennessee, capital do country à região dos grandes lagos, Mineapolise a Tulsa. Será interessante visitar as Igrejas Presbiterianas que coabitam o Bible Belt. A Igreja nos Estados Unidos vê-se agora como campo de missão. Antes grandes impulsionadores do envio de missionários, querem agora receber missionários que os "ensinem e lhes falem da Palavra de Deus."
Humildade ou acomodação? Tempo de pausa para aprender ou render-se à realidade que já ninguém quer sair da zona de conforto que é o Ocidente? Não sei. Mas dentro de uma semana, cá vou eu em missão. Falar da paz, da imigração, do racismo, da dificuldade que é sermos agentes de paz e comunhão numa sociedade que quer erguer muros de guetto.
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Sentimentos contraditórios também dentro de mim, por um lado a experiência que vai ser viver e não ser turista no Boss do mundo - especialmente em sítos tão diferentes e durante o último mês de campanha - por outro lado deixo o marido um mês inteirinho.

sexta-feira, setembro 12, 2008


Das pregações sobre Paulo da minha juventude tinha-me ficado um Paulo Calvinista, severo, iracundo, cheio de leis e regras. Parecia que a presdestinação vinha dos seus lábios directamente, que o baptismo infantil era pecado grave, que uma vida cinzenta e obediente era a sua mensagem. No seminário descobri o Paulo carismático, impetuoso e surpreendentemente (para mim) livre. Sede livres! Libertem-se do peso da lei! Vivam em liberdade! Quão longínquas me pareciam os textos visto sem o olhar das pregações castrantes de um Paulo à imagem e semelhança de moralejas dos bons-velhos-tempos-de-antigamente-tão-diferentes-deste-mundo-roto-e-perverso-de-hoje. O Paulo da bíblia é um homem do futuro: Faz uma exagese bem livre do Antigo Testamento, não se prende a tradições, a sua vida está firmada no futuro e não no passado. A mulher é dignificada por Paulo: Nas comunidades nascentes as mulheres pregam, profetizam ,ensinam, dirigem igrejas.
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Agora que neste ano paulino faço estudos sobre ele, descubro um Paulo terno e cuidadoso. Não critica sem antes elogiar - quando criticamos vamos logo ao assunto. Paulo é um psicólogo: primeiro diz o que está bem, elogia os esforços e só depois aponta os erros. Paulo não é um tecnocrata insensível, ele sente a dor das comunidades e conforta-as. Dá graças a Deus pelas igrejas que fundou, agradece o bem que lhe é feito, preocupa-se pelo irmão mais fraco e pelas perseguições dos outros, não se prende com vírgulas e semi-vírgulas éticas: Façam o que quiserem desde que ame o irmão. É um Paulo pastor.
Imagem: Pablo, El Greco.

quarta-feira, setembro 10, 2008

Para não ferir sensibilidades...

... os guias dos museus em Nova Yorque já não dizem a.C. ou A.D. /d.C. antes de Cristo ou Ano domini /depois de Cristo. Dizem agora Era Comum. Comum a quê ou a quem? Raspar a história não é ser atencioso com outras culturas, Era Comum é um eufemismo que não altera o ano fundamental, já que ele ainda se centra na vida de Jesus. O ocidente tem uma história e quando se ignora, ou se reescreve a história caminhamos para o totalitarismo e para o autismo. Mesmo em termos puramente históricos houve um homem chamado Jesus a quem seguidores cada vez mais numerosos chamaram Cristo. Este movimento cresceu de tal modo que conquistou um império e o nomeou. A instituição daí nascente cunhou o tempo e a cultura europeia. Pode-se mudar o nome dos anos, mas está-se a amputar o devenir de uma civilização. Assim como não acho que se deva uniformizar o tempo muçulmano ou ortodoxo, não penso que o ocidente deva continuar a apagar a sua história. Fomos uma cultura cristã. Vivemos agora num mundo espiritualista e de costas voltadas para o Deus cristão. Mas não vale confundir e fazer da história um continuum perpétuo, onde o que é hoje se tem que expandir para o passado. Não será também tirania impôr o nosso politicamente correcto ao passado?

Dois homens dois destinos


o A. vai entrar no convento. O M. está numa cama de hospital em coma. 50 anos. Um AVC. Os dois brilhantes. Os dois homens de fé. O M. é de um saber enciclopédico. A pessoa mais culta que eu conheço. Fala meia dúzia de línguas fluentemente e arranja-se em mais outras tantas. Devora livros e sofre. O M. é uma alma atormentada que não consegue suportar as injustiças do mundo. Lutou pela felicidade e pela paz. dirigiu a Amnistia Internacional, construiu casas en bairros de lata, fez alfebetização, procurou a Deus, foi Menonita, sonhou uma comunidade de comunhão, foi seminarista, pregou o amor, despertou vocações, levou a luz de Deus a pessoas que viviam de reflexos da religião, foi profeta do Reino de Deus para o mundo, mas não conseguiu preencher o vazio doloroso que lhe consumia a existência, duvidava das suas capacidades, amava os outros, não se conseguia amar a si mesmo, sucumbiu ao ódio. Procurou o amor e perdeu. Desistiu do amor. Desistiu da paz. Desistiu de Deus. Numa cama de hospital visitam-no amigos aterrados com a perspectiva da sua morte. Senhoras de 90 anos, jovens da igreja, velhos amigos da escola, das tertúlias, da Buchholz, universitários que descobrem agora a política e cultura, skin-heads perdidos, todos se juntam religiosamente na sua cama de hospital e rezam, oram, invocam Thor. O M. é uma referência, é uma alma boa que ninguém quer ver partir. Há pessoas que são engolfadas pelas suas almas. O A. vai entrar num convento porque busca a Deus. O M. está numa cama de hospital porque se zangou com Deus e a sua alma não aguentou a dôr.

segunda-feira, setembro 08, 2008

Caminhos


O meu grande amigo A. vai entrar num convento protestante na Alemanha. Enérgico, brilhante, devastador, o A. precisa de estar mais perto de Deus. Para quem o conhece parece algo incrível: desbocado, teimoso, anti-qq-preconceito, um homem da teconlogia, de grandes planos e de grandes eventos, vai recolher a uma cela, fazer votos de castidade, obediência e pobreza, vai viver organizado pelas milenares Laudes, Matinas, Vésperas.
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Ele tem 3 anos antes de fazer os votos finais. Às vezes desejo que seja só uma fase durante a qual ele vai ficar mais perto de Deus, para ficar a orar por nós e ganhar forças para o resto da caminhada e que um dia ainda volta. Ironia que eu como crente pense quer é uma perda que um homem se dedique só a Deus.

domingo, setembro 07, 2008

Conferências de Outono

Na Zona Centro:
Na zona de Lisboa:
O Pastor Joel é um homem de grande valor e que experimenta o evangelho numa realidade diferente da nossa. Marquem já na vossa agenda.

quarta-feira, setembro 03, 2008

Lisboa


Uma reunião e pesquisa levaram-me 2 dias a Lisboa. Feliz, feliz!!! Gente, cinema, comércio. As horas são contadas ao milímetro, há tanta coisa para fazer e outras tantas coisas que se desejariam poder fazer...
Lisboa ainda morna e dolente saíndo calmamente das férias. Compram-se manuais escolares, mochilas, a Baixa enche-se de jovens em praxe (não sei bem de onde). Restos dos saldos. Em duas horas percebi tendências da estação. X-Files um bocado banhada - Fã incondicional, bocejei e quase dormi um pedacito durante o filme. Biblioteca da Católica despovoada e desventrada de livros que ganharão novo poiso. Gosto de bibliotecas, do cheio, do quase silêncio. Passam as horas e eu só quero ver os livros todos sobre o assunto. Fotocópias a 0,03 € ajudam a suprir o problema de viver a 230 Km dos livros.
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Imagem: Jorge Bandeira, Chafariz da Junqueira

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