domingo, fevereiro 25, 2007

Porque hoje é domingo



Lago do Breu

Lago do Breu, sem luzes no céu
Nem bom Deus que venha abrazar
Os ateus, no Lago do Breu

No Lago do Breu
A noite não vem sem sinais
Que fazem tremer os mortais
No Lago do Breu

Mas quem não for mau não vá
Que o céu não se compra, dá
Não vejo razão p'ra ser
Quem teme e não quer viver
Sem luzes no céu
Só mesmo como eu no Lago do Breu

No Lago do Breu, meninas perdidas
Eu sei, mas só nestas vidas
Me achei no Lago do Breu


Mas quem não for mau não vá
Que o céu não se compra, dá
Não vejo razão p'ra ser
Quem teme e não quer viver
Sem luzes no céu
Só mesmo como eu no Lago do Breu

No Lago do Breu a lua nasceu
Mas ninguém pergunta quem vai
Ou quem vem no Lago do Breu
Zeca
Pintura: Alberto Jimenesa

sábado, fevereiro 24, 2007

Não tenham medo 2


O medo é um fôlego de sobrevivência.
O medo pode ser algo saudável que nos ajuda a não destruir a nossa vida. Ensina-se às crianças a ter medo de algumas coisas como forma de prevenir acidentes. O medo pode ser uma ferramenta de vida.
O problema é quando o medo se torna o motor da vida, quando toma conta de nós e governa as nossas decisões e tempo. Quando o medo é aquilo que nos impela a tomar decisões e nos impede de sonhar mais e diferente, então é quando o medo se torna algo negativo.

Pegar no medo e transformás-lo em força construtiva e de serviço ao homem foi o desafio de Jesus.
Penso que Jesus sentiu medo. Medo da peso da sua missão, da sua humanidade frágil e sofrida. "Pai se possível passa de mim este cálix" é uma frase de dor e medo do futuro, mas ninguém como ele enfrentou os seus medos, dúvidas e inseguranças e confiou no poder do Espírito de Deus. Ninguém como ele reconhecendo a sua humanidade, tornou sua a vontade do Pai.

Muitas vezes negamos os nossos medos, porque receamos o julgamento dos outros, pensamos que nos verão como fracos, que podemos ganhar um rótulo de pessoa fraca e incapaz de realizar as tarefas a que se propôs... Mas um homem que não conhece os seus limites e aceite os seus medos nunca os poderá vencer... Só percebendo, aceitando e trabalhando os meus medos eu os posso vencer e ultrapassar...
Só quando eu reconhecer os meus medos, podem os homens ver em mim alguém humilde e estar abertos à mensagem do evangelho... Pensar que não se tem medos, que sempre se vai vencer os medos é uma sobranceria que afasta o outro e cria uma máscara de falsa fortaleza. A minha força deve firmar-se na partilha da certeza de que não sou perfeito, que erro, que me engano - Esta verdade-força fortalece-me a mim e transmite coragem ao meu semelhante. A minha máscara de suposta infalibilidade esmaga o outro e não o deixa aproximar-se de mim...

O medo é humano, e só se sendo humano se pode deixar de ser desumano e tocar a humanidade.
Pintura: My heart is in your hands, Barbara Bagshaw.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Aprender com a História da Igreja Cristã e do Protestantismo

CENTRO PROTESTANTE DE ESTUDOS E FORMAÇÃO
1º Módulo de Formação - 2007

De 24de Fevereiro a 24 de Março de 2007
Local: Rua Tomás da Anunciação, 56

Campo de Ourique – Lisboa

Este sábado dia 24 de Fevereiro das 9.30h às 13.00h
1ª Sessão – A Igreja de Cristo perante si mesma
1. A Igreja Primitiva e seus Conflitos -
José Ribeiro Telhado
2. A Igreja no ocidente e no oriente – Silas de Oliveira

3. A Reforma protestante e a Reforma católica romana – António Barata
4. Liberais e conservadores nos séculos XIX e XX – David Valente

quarta-feira, fevereiro 21, 2007


God came from nowhere,
because there was nowhere for Him to come from;
and coming from nowhere He stood on nothing,
because there was nothing for him to stand on;
and standing on nothing
He reached out where there was nothing to reach
and caught something
where there was nothing to catch
and hung something on nothing
and told it to stay there.
(anónimo)

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

as tacky as it could be...

parabéns querido
até amanhã


Para tu amor lo tengo todo
Desde mi sangre hasta la esencia de mi ser
Y para tu amor que es mi tesoro
Tengo mi vida toda entera a tus pies
Y tengo también
Un corazón que se muere por dar amor
Y que no conoce el fin
Un corazón que late por vos
Para tu amor no hay despedidas
Para tu amor yo solo tengo eternidad
Y para tu amor que me ilumina
Tengo una luna, un arco iris y un clavel
Y tengo también
un corazón que se muere por dar amor
y que no conoce el fin
un corazón que late por vos
Por eso yo te quiero
tanto que no sé como explicar lo que siento
yo te quiero
porque tu dolor es mi dolor
y no hay dudas
yo te quiero
con el alma y con el corazón
te venero
hoy y siempre gracias te doy a ti mi amor
por existir

Juanes

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

O dia seguinte

E agora?
Que vão fazer hoje, amanhã, esta semana os militantes do sim e do não?

As centenas que marcharam rua a baixo e rua a cima empunhando bandeiras que segundo eles defendiam a vida e a qualidade de vida, vão fazer o quê no próximo fim de semana? Desmobilizar?

Vai haver grupos de pessoas que se ofereçam como voluntários para ajudar nas IPSS que recolhem crianças de rua? Receberá a Ajuda de mãe e outras associações, inscrições e donativos avultados?
Será que há agora muitos voluntários para ajudar nas linhas de atendimento às jovens?
As organizações estão aí, mas são ainda insuficientes e têm poucos recursos. Que vão os tribunos do sim e do não fazer?

Os defensores do sim, que dizem que sentem a dor das mulheres encurraladas na pobreza.
Que vão fazer? Ficam descansados com a lei? Acham que já cumpriram o seu papel de cidadão ao irem votar? Todos reconheceram que o aborto é terminar com uma vida humana. Todos sabem o aborto é a lei do mais forte: Os do sim pensam que a miséria da vida da mãe justifica o terminar com uma vida que prejudica quem já existe. Que vão fazer os do sim? Que vão fazer de prático a favor dessa vida de qualidade que defendem? Que vão fazer que custe mais do que blábláblá teórico?

Muitas vezes pensamos só nas adolescentes. Mas, e as famílias constituídas: O casal médio que vive nos subúrbios de Lisboa que ganha salários de subsistência, as mães sozinhas, os casais fabris sempre à beira do despedimento, para quem um 3º filho é insustentável?

O que vão fazer as igrejas cristãs? Que vão fazer os evangélicos? O que vão pregar os padres? Vão os Lobbies pró-vida pressionar o governo para leis de apoio à família mais justas? Vão as empressas deixar de pressionar as mulheres para não pedirem todo o tempo que podem tirar para o apoio à família? Vão deixar as chefias de exigir que fiquem os empregados a trabalhar depois do horário de trabalho? Ou vão todos os patrões e chefes dizer aos empregados: vão para casa cuidar dos vossos filhos. A família está primeiro, a vida deve ser defendida, saiam à hora que devem sair, nem uma hora mais.
Que vão fazer a favor da vida os defensores do Não?

Hoje é o dia seguinte.
Ontem votaram pelo bem da causa em que acreditaram.
Hoje lutem pelas pessoas que disseram representar.
Hoje é o dia em que cada um de nós pode decidir: Eu vou fazer a diferença.
As moradas estão aí. Liguem. Envolvam-se. Façam a diferença.

Karaoke e pregação

Sábado à noite foi a noite de Karaoke.
Fui com jovens da igreja do Bebedouro até à igreja das Alhadas para fazer uma noite de Karaoke com os jovens de lá.
Duas horas a gritar a um microfone músicas há muito esquecidas ou clássicos sempre adorados.
Domingo de manhã... muito chazinho de limão pois a voz recusava-se a cumprir a sua missão de pregar clara e audivelmente o sermão preparado.

Ossos do ofício

Uma das actividades pastorais é ir almoçar a casa dos paroquianos. Simpáticos aqui os do Bebedouro convidam-me ameúde.
Uma das minhas piores recordações dos Campos bíblicos do Carrascal são os almoços de domingo. Sistematicamente, infalivelmente, inexoravelmente o almoço de domingo durante anos a fio era arroz de coelho... Passava eu lá todos os verões. 8 (oito) domingos de penoso almoço de arroz de coelho. Como monitora não podia dizer que não gostava e lá engolia sorridentemente o arroz de coelho odiado.
Decidi que detesteva coelho. Não o comi durante uns 15 anos.
Mas... aqui as famílias têm criação... e uma das coisas que mais gostam é de coelhinho ao almoço de domingo...
pois...
Sistematicamente, infalivelmente, inexoravelmente o meu almoço agora aos domingos... tem sido coelhinho... Já não odeio coelho como odiava há 15 anos... mas como convidada não fica bem dizer que não gosto do prato que tão simpaticamente cozinharam para mim como piteú...

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Referendo

Quase não falei do referendo porque me dói pensar no assunto. Repugna-me as euforias militantes , as mega-festas num assunto que em si contém tanta dôr e miséria. Já escrevi, rescrevi e apaguei textos. Não há vencedores neste referendo. Não há retóricas brilhantes ou discursos eloquentes. Nenhum de nós vai estar ao lado de quem aborta ou de quem decide não abortar. Daqui a 2 meses todos estaremos a pensar numa outra coisa que nos vai inflamar e desafiar... para trás ficam os desgraçados de sempre com as suas vidas de miséria: alguém que decide matar porque não consegue suportar a sua própria vida, alguém que aceita criar uma nova vida, mesmo sabendo que a sua se vai ressentir da sua escolha... sozinhas, mulheres profundamente sozinhas... quem considera o aborto está sempre só.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Não tenham medo 1

Este é o tema do dia da Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal.
O dia da Igreja vai acontecer no dia 9 de Junho no Auditório da Faculdade de Ciências.
O tema foi prosposto pelo Pastor Estagiário Pedro Brito, que está a estagiar na Zona Centro. E decidiu-se editar esta pequena colectânia de Estudos Bíblicos sobre o tema.
Foram convidados nomes como: Eva Michel, Pedro Brito, Emanuel diniz, Paulo Silva, John Pallister, rui Narciso, Timóteo Cavaco, eunice Alves, José Salvador, Andreas Ding, Pedro Zamora, Samuel Pinheiro, Viegas Bernardo, José Carlos Pezini, José Manuel Leite. Assim de diversos quadrantes protestantes estes homens e mulheres escreveram pequenos estudos glosando o tema do medo.
Na verdade a Palavra de Deus pode juntar-nos.
quem quiser encomendar este pequeno livro com 15 estudos sobre o medo pode entrar em contacto com o escritório da Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal:
rua Tomás da Anunciação, 56 - 1º 1350-328 - LISBOA
Telf. 213 974 959 / Fax: 213 956 326

Faires Diveres

Fui a Lisboa para uma série de reuniões e um domingo de folga... nos intervalos:
- fui ao cinema. Woody Allen não me convenceu... (também sei que Woody Allen nunca lê as criticas por isso não vai ficar ofendido).
- Conduzi debaixo do espectro que são os novos radares de Lisboa... bom pelo menos ninguém se chateia com o trânsito. De qq das formas temos que guiar a passo de caracol!!!
- Lisboa estava linda. Com sol, mar e brilho.
- Uma conferência na CulturGest, fez-me saber que o fenómeno religioso inda chama pessoas... quem sabe as pessoas até se interessam por Deus e religião, mas somos nós os profissionais da palavra quem não sabe transmitir a mensagem...
- Voltei para Coimbra pelo maior Rental Park de Portugal: A Nacional 1, ou IC 2. Paisagem deprimente, estrada cheia de buracos, cruzamentos, rotundas, semáforos, cães mortos a cada 50 Km, camiões que se atravessam, como é que se pode dizer que é um itenerário alternativo à auto-estrada? O que realmente a N1 é, é uma estrada secundária que alguém escolhe porque não se tem que pagar os quase 15€ de portagem, mas não é um itenerário alternativo, é uma estrada secundária para os que não podem pagar portagens.