sexta-feira, março 28, 2008

E vou para Lisboa estudar. Lá não tenho net.

quarta-feira, março 26, 2008

15 dias de férias roubadas para estudar

E este ano decidi que 13 dias das minhas férias seriam para estudar e terminar o mal-amado hebraico. E já vou no 3º dia e as palavras de hebraico fogem-me, escapam-se, ficam renitentes a entrar na cabeça já afastada destas académicas ocupações.

E no meio do estudo, ouço algo ao de leve, que soa leve levemente como quem chama por mim. Seria chuva, seria vento? Pensei: vento não é certamente e a chuva não soa assim. Fui ver... era a sopa a esturricar na panela.

E da net chamam outras vozes: e todas me perguntam: e onde será o copo de água? e a viagem? e os convites? e a lista de compras? e o vestido? e a roupa do prometido? e as meninas das alianças? e ... e... e...
E quase nada porque tenho que estudar.

Ah! Vã glória de celebrar. A palavra de ordem é marrar!!!

Pintura: Chagal

segunda-feira, março 24, 2008

Escolhas

Que é já tempo de embalar a trouxa e zarpar...
To start all over again. Saltimbanco. Desasada.
E depois de 7 meses nas Comunidades da Figueira da Foz e da Cova Gala volto para o Bebedouro e Portomar. Destas comunidades guardo o travo do incompleto. Os abraços e as lágrimas das saudades antecipadas. E volto para onde vim. Feliz por voltar. Triste por deixar.

Assertividade
Deveria iniciar hoje as minhas férias sabáticas de 15 dias para marrar hebraico, mas mais um funeral trocou os planos. O 5º. A frase: " Amanhã já estou de férias." Pareceu estranho quando tentava dizer à família que não poderia fazer o funeral. Perante a morte, parece que a vida perde importância. E depois há o caso da Maria que mais uma vez está a ponto de ser despejada da casa onde vive com as duas netas. Fiquei a tarde a tentar encontrar, em conjunto com algumas pessoas da igreja, alguma solução para o problema. Tenho que ligar amanhã para a assistente e para a equipa social da Figueira da Foz e lá se vão mais umas horas do segundo dia para estudar.

Como se compara um exame com coisas tão grandes: a morte e a vida. Mas o exame lá está, esperando e não levando em conta tudo isto. Mas a família estava de luto e a Maria pode ficar sem as netas... E a escolha é sempre rejeição. Mas o exame lá está à espera.

domingo, março 23, 2008

Domingo da Ressurreição















1. Desconhecido.
2. Jesus Mafra.
3. Hi Qi
4. Corinne Vonaesch.
5. Cheriyan Varghese Hanna.






sexta-feira, março 21, 2008

6ª Feira Santa


Cristo te amo,
no porque hayas descendido
de una estrella,
sino porque me enseñaste
que el hombre está hecho de sangre,
de lágrimas,
de angústias...

Si... Tú nos enseñaste
que el hombre es Dios,
un pobre Dios crucificado como tú.
Y aquel que está a tu izquerda,
en el Gólgota
el mal ladrón
también es Dios.
z
Poema: Léon Felipe
Pintura: Anani Nabil

quinta-feira, março 20, 2008

5a Feira Santa


Os pés poeirentos
sedentos
pardentos
cansados
maltratados
desassosegados
que não sabem para onde ir
que hão-de fugir
estão a ser lavados
cuidados
amparados
Pés que serão
advento
chamamento
novo nascimento.

terça-feira, março 18, 2008

Reconhecer as imagens de Deus


O Deus da bíblia não tem imagens. São os homens que são as imagens deste Deus diferente. E há pessoas nas quais percebemos, sentimos, vislumbramos esse reflexo divino.
Estas pessoas são leves, ou melhor tornam os nossos corações mais leves. Dissipam as nuvens. Fazem-nos sorrir. Fazem-nos acreditar. As imagens de Deus transmitem energia, força, vontade. De repente sentimos vontade de cantar, de transformar o mundo, de sair proclamando o Reino de Deus.

E os “anjos de luz”?
De algum modo nas nossas vidas também passam os filhos do mal. Ficamos perplexos, não os entendemos muito bem. Raramente percebemos logo a maldade. Têm facetas de bondade. Mas tudo se paga. Tudo o que fazem de bem é sempre explicado,
ampliado. Causam-nos desconfiança sobre o que somos e o que valemos. Crescem para que nós nos sintamos diminuídos. Os filhos do mal são macios, esponjosos, escorregadios, ambíguos. Muitas vezes confundimo-los com os zangados, os irados, os teimosos, os de mau feitio. Estas pessoas paralisam-nos. Retraem-nos. Ficamos sem acção, inquietos, indecisos, quase sem rumo. A língua seca-se. A razão embota-se. A energia é sugada. Duvidamos.

Este fim-de-semana convivi com um espécie de cada um destes grupos e tive uma epifania.

* este post e o anterior não têm nada a ver um com o outro.

segunda-feira, março 17, 2008

Metamorfose


Quando temos 40 anos, já vivemos o suficiente para vermos as crianças da nossa vida tornarem-se homens e mulheres. Os bebés que vimos nascer, as crianças que trouxemos ao colo, os adolescentes fixes, divertidos, entusiastas que vimos tornarem-se jovens, de repente são homens e mulheres com a sua própria maneira de ser - adultos inteiros. Sorrimos com a ternura. Orgulhamo-nos com os sucessos e interrogamo-nos porque alguns se tornaram em algo que não gostamos.

E de repente parece que a ligação se cortou. Não reconhecemos valores. Olhamos incréduos para sinais que indicam posturas, posições e arquétipos. Indignamo-nos com escolhas, mas eles já não são nossos, cresceram e a vida é-lhes entregues para eles escolherem caminhos.
E choramos, porque ainda que não fossem nossos sonhámos-lhe um futuro. Acreditámos - sem razões é certo - que seriam como nós, que acreditariam no que acreditamos. Queriamo-los livres - dissemos - mas no fundo queríamos que fossem livres dentro dos nossos pressuposto e valores.

Mas são livres. São homens e mulheres. Têm o direito a serem como são. Os bebés, crianças, adolescentes da nossa vida seguem o seu caminho e a nós parece que fomos roubados do adulto que esperávamos que fosse - ainda que não tivessemos o direito de o esperar.

Criticamos - apenas porque dói. Choramos - porque nos sentimos defraudados. E rasga-nos a alma sentir que aquele adulto - a quem um dia amámos ainda em crescimento e projecto - já não nos é simpático.

domingo, março 16, 2008

Domingo de Ramos


Vivemos um tempo de manifestações e contra-manifestações. Sai-se à rua para dizerem o que se sente e precisa. Sai-se à rua para publicar o que se acredita, para dar testemunho da alma. O domingo de Ramos foi também uma manifestação, lemos o relato de um tumulto. Uma multidão que segue e precede Jesus alvoroça a cidade, e os cidadãos não sabem o que pensar daquilo. Ao entusiasmo dos peregrinos contrapõe-se o espanto citadino: “Quem é este?”

A chegada de Jesus – ou o anúncio da sua chegada como aconteceu com os magos – nunca deixou as cidades indiferentes. Hoje em dia a chegada de Deus já não causa desassossego. Tornou-se o mundo indiferente ao advento de Deus.

Os peregrinos e discípulos gritam, proclamam, anunciam o que crêem, o que desejam, o que aspiram. Mas nós, fechámo-nos em igrejas, garagens, pavilhões e lá gritamos, proclama-mos, anunciamos publicamente ad-intra.
Sedentarizámo-nos, deixámos de ser andarilhos e romeiros. Às cidades já não interrogamos dizendo: o teu rei vem.

Em Jerusalém entrou um Rei-profeta.
E a profecia é clara: Digam à cidade que está ocupada, preocupada com os preparativos para a sua festa, digam à cidade que Deus edificou, digam ao povo da aliança, digam ao povo que sentiu o braço forte e a mão suave do seu Deus, digam ao povo que apedrejou e matou os enviados do Senhor, digam-lhe que o seu derradeiro profeta está a chegar! Que o seu rei chegou para saber qual o veredicto à questão: Estou aqui. Aceitas-me ou rejeitas-me?

Mas a pergunta não é de condenação. É pergunta de entrega, porque a nós que vivemos num mundo que parece que já não se alvoroça. A nós que vivemos a maior parte do tempo silenciosos, é-nos relembrado cada Páscoa, cada dia, cada momento de trevas:
O teu rei vem!
Mesmo quando não o reconheças.
O teu rei vem!
Mesmo quando estás entretido com a vida.
O teu rei vem!
Montado num jumento, explicando a paz. O rei-profeta que veio para se entregar.

O que fazer quando o mundo já não se alvoroça pela chegada de Deus?
O que fazer quando nos esquecemos de proclamar?
O que fazer quando no caminho já não vislumbramos o Senhor que vem montado num jumentinho?
Murmurar ensaiando até que transborde o grito milenar:
O teu rei vem. O teu rei vem. O teu Rei vem.
s
Pintura: CHMAKOFF,Macha

segunda-feira, março 10, 2008

A escrita é como as monções: vâo e vêm e a minha parece que desapareceu... hum...

segunda-feira, março 03, 2008

Diagnósticos e Perpectivas

Aos 8 dias de uma constipação que não cedia aos C-GRIPEs da ordem, vou à médica. Dores de cabeça, febre, tosse, as fossas nasais e garganta inflamadas, tudo o que saía dos orifícios faciais era verde. A médica perante estes sintomas receita-me NIMED, ainda argumentei que como tenho sinosite quando já estou naquele estado, o NIMED ou afins não resultam. Olha-me do alto da sua licenciatura em medecina e diz-me: "Não lhe vou dar antibiótico, se não melhorar volte cá daqui a 2 ou 3 dias."

Ora acontece que daí a 2 ou 3 dias fui para Lisboa, lá já não tenho assistência médica e a ideia de ir para S. José com uma gripe e ficar lá 6 ou 7 horas atrofiou-me. Fiquei assim 4 dias com dores horríveis de cabeça a encharcar-me em IBRUFENOS para poder continuar a vida.

Voltei para casa e de novo nas consultas, já completamente afónica e a uivar de dores de cabeça, uma médica deu-me antibiótio e disse-me que eu não devia ser tão desleixada com a saúde e perguntou-me porque é que eu me deixei chegar aquele estado de uma sinosite aguda! Expliquei-lhe o diagnóstico da colega, aclamou e disse: "Pois também é verdade que não se deve dar logo antibiótico por qualquer coisinha "(!).