quarta-feira, setembro 10, 2008

Para não ferir sensibilidades...

... os guias dos museus em Nova Yorque já não dizem a.C. ou A.D. /d.C. antes de Cristo ou Ano domini /depois de Cristo. Dizem agora Era Comum. Comum a quê ou a quem? Raspar a história não é ser atencioso com outras culturas, Era Comum é um eufemismo que não altera o ano fundamental, já que ele ainda se centra na vida de Jesus. O ocidente tem uma história e quando se ignora, ou se reescreve a história caminhamos para o totalitarismo e para o autismo. Mesmo em termos puramente históricos houve um homem chamado Jesus a quem seguidores cada vez mais numerosos chamaram Cristo. Este movimento cresceu de tal modo que conquistou um império e o nomeou. A instituição daí nascente cunhou o tempo e a cultura europeia. Pode-se mudar o nome dos anos, mas está-se a amputar o devenir de uma civilização. Assim como não acho que se deva uniformizar o tempo muçulmano ou ortodoxo, não penso que o ocidente deva continuar a apagar a sua história. Fomos uma cultura cristã. Vivemos agora num mundo espiritualista e de costas voltadas para o Deus cristão. Mas não vale confundir e fazer da história um continuum perpétuo, onde o que é hoje se tem que expandir para o passado. Não será também tirania impôr o nosso politicamente correcto ao passado?