segunda-feira, fevereiro 12, 2007

O dia seguinte

E agora?
Que vão fazer hoje, amanhã, esta semana os militantes do sim e do não?

As centenas que marcharam rua a baixo e rua a cima empunhando bandeiras que segundo eles defendiam a vida e a qualidade de vida, vão fazer o quê no próximo fim de semana? Desmobilizar?

Vai haver grupos de pessoas que se ofereçam como voluntários para ajudar nas IPSS que recolhem crianças de rua? Receberá a Ajuda de mãe e outras associações, inscrições e donativos avultados?
Será que há agora muitos voluntários para ajudar nas linhas de atendimento às jovens?
As organizações estão aí, mas são ainda insuficientes e têm poucos recursos. Que vão os tribunos do sim e do não fazer?

Os defensores do sim, que dizem que sentem a dor das mulheres encurraladas na pobreza.
Que vão fazer? Ficam descansados com a lei? Acham que já cumpriram o seu papel de cidadão ao irem votar? Todos reconheceram que o aborto é terminar com uma vida humana. Todos sabem o aborto é a lei do mais forte: Os do sim pensam que a miséria da vida da mãe justifica o terminar com uma vida que prejudica quem já existe. Que vão fazer os do sim? Que vão fazer de prático a favor dessa vida de qualidade que defendem? Que vão fazer que custe mais do que blábláblá teórico?

Muitas vezes pensamos só nas adolescentes. Mas, e as famílias constituídas: O casal médio que vive nos subúrbios de Lisboa que ganha salários de subsistência, as mães sozinhas, os casais fabris sempre à beira do despedimento, para quem um 3º filho é insustentável?

O que vão fazer as igrejas cristãs? Que vão fazer os evangélicos? O que vão pregar os padres? Vão os Lobbies pró-vida pressionar o governo para leis de apoio à família mais justas? Vão as empressas deixar de pressionar as mulheres para não pedirem todo o tempo que podem tirar para o apoio à família? Vão deixar as chefias de exigir que fiquem os empregados a trabalhar depois do horário de trabalho? Ou vão todos os patrões e chefes dizer aos empregados: vão para casa cuidar dos vossos filhos. A família está primeiro, a vida deve ser defendida, saiam à hora que devem sair, nem uma hora mais.
Que vão fazer a favor da vida os defensores do Não?

Hoje é o dia seguinte.
Ontem votaram pelo bem da causa em que acreditaram.
Hoje lutem pelas pessoas que disseram representar.
Hoje é o dia em que cada um de nós pode decidir: Eu vou fazer a diferença.
As moradas estão aí. Liguem. Envolvam-se. Façam a diferença.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

pois é. mas a vida nem sempre deixa que se tenha tempo.
marta

12 fevereiro, 2007 20:45  
Anonymous Anónimo said...

obrigado pelas informações. isabel

12 fevereiro, 2007 22:37  

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