No centro de saúde de Cantanhede, ouço o programa do Goucha. Uma mulher com 5 filhos e uma delas com paralesia cerebral dizia: "Não gosto do Natal! - e dizia que era difícil explicar às crianças porque é que elas não podiam receber presentes."
E penso que enquanto no mundo houver um pobre que diga: Não gosto do Natal, é porque nós não espalhámos convenientemente a mensagem de libertação e salvação.
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Podemos usar rios de tinta falando do verdadeiro sentido de Natal, que não tem a ver com consumismo, verdade.
Mas o Natal foi anunciado numa aldeola esquecida no meio da terra samaritana: Nazaré, a uma mulher do povo simples e comum: Maria, os anjos cantaram para gente desprezada: os pastores, uma estrela guiou um bando de estrangeiros: Os magos. O Natal é uma mensagem que transborda oferecida aos que nada têm ou são diferentes. O Natal não tem nada a ver com anjinhos rochunchudos, estrelinhas cintilantes, o Natal é uma mensagem de guerra ao mal. De luta contra os impérios terrenos. É o Messias libertador que vem em socorro do povo humilhado e subjugado. E por isso enquanto que o Pai Natal dá aos que já têm, o Natal oferece aos que já desistiram de pedir. Enquanto o Pai Natal ilumina as casas quentinhas, espaçosas e refinadas, o Natal diz: confortai, confortai o meu povo.
Esta é a mensagem de Natal: confortemos os que nada têm, os que desistiram de sonhar, de esperar dias melhores.
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Enquanto houver alguém a dizer que não gosta do Natal porque lê nos rostos dos filhos a realidade crua da pobreza, então falhámos.