quarta-feira, julho 25, 2007

Ensaios sobre a cegueira


A violência doméstica está cada vez mais visível. Em 2006, a denúncia destes crimes subiu 30%. O que corresponde a cerca de 9 queixas por dia. Para a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), tais números estão longe da realidade: "53% dos pedidos que nos chegaram em 2006 não tinham sido denunciados às autoridades policiais ou judiciais", garantiu Helena Sampaio, da direcção.

Em 2006, 39 (trinta e nove) portuguesas foram mortas pelos maridos ou companheiros e outras 43 ficaram gravemente feridas. - Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género.
Os crimes de maus tratos são desde 2000, crime público, o que significa que qualquer pessoa pode denunciar estes crimes.


Há mulheres que por um macabro ideial de harmonia familiar, ficam num putativo casamento, porque pensam que é a sua sorte, destino, ordem divina, ou que as crianças vão sofrer por viver longe do pai. As crianças crescem num ambiente que lhes ensina que a violência está certa, que uma pessoa tem o direito de maltratar outra, porque um dia de coração aberto alguém prometeu amar até ao final da vida.
E este voto é cumprido.
O medo, o terror mais profundo fica tatuado no código genético destas crianças e um dia serão copiados nas suas próprias vidas.


Andamos a fazer reuniões para saber quais são as perguntas desta sociedade? Indagamos como fazer chegar a mensagem de Cristo ao mundo? Planeamos campanhas evangelísticas? Orquestramos Mega-eventos? Mas como os doutores da lei do tempo de Jesus ficamos cegos e surdos aos coxos, cegos, paralíticos, leprosos da nossa sociedade.

Somos herdeiros de Jesus de Nazaré que reabilitou a mulher, lhe deu voz e dignidade. E nós? Queremos é converter Zaqueus, Nicodemos, Josés de Arimateis - ou seja: Os tais casais burgueses de 2, qualquer coisa crianças, que ficam lindamente nas festas de Natal e assim? Damos esmola aos pobrezinhos, mas para sentar ao nosso lado na igreja queremos clones da nossa imagem e semelhança? Importunamos o incauto transeunte da rua com panfletos dizendo: "Eu encontrei!"? Que tal procurar os necessitados menos apelativos? É fácil entregar o panfleto e ficar de consciência tranquila, mas foi para os desgraçados que Jesus veio.

Esqueçamos o sonho terreno de criar um Cristandade e preguemos o Reino de Deus ao pobres. Não ridicularizemos a divina natureza de Jesus, dividindo a missão entre pregação e obra social.

Estas mulheres precisam da Igreja. O que fazem os crentes por elas?

3 Comments:

Blogger Hadassah said...

em vez disso andamos perdidos com "retórica"... Ó quão cegos andamos!...

25 julho, 2007 19:43  
Blogger oquenãosemedetambémexiste said...

Olá!!!!
Como sempre tens razão!!! Sou a católica e tenho inveja por a tua Igreja te ter!!! E tenho pena por a tua Igreja não te aproveitar mais!! Tu fazes a diferença!!! adoro-te! Beijos Beijos

30 julho, 2007 20:29  
Blogger oquenãosemedetambémexiste said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

30 julho, 2007 20:32  

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