Sacramentum Caritatis
Segundo o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, OS SACRAMENTOS são "sinais sensíveis e eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, mediante os quais nos é concedida a vida divina" (n. 224).
Em que sentido são da Igreja?
-> Edificam a Igreja." (n. 226).
-> Alimentam, fortificam e exprimem a fé.
-> Ao celebrá-los, a Igreja confessa a fé apostólica. (n. 228).
Então seria de supôr que um documento chamado O sacramento do amor, falasse disso mesmo: dos sinais visíveis e eficazes da graça, através dos quais, a igreja fosse edificada e os crentes fortalecidos e alimentados. Este documento deveria falar de GRAÇA e AMOR. GRAÇA é um dom gratuito, uma oferta sem esperar contrapartidas. O AMOR inclui, aceita, espera, suporta. O amor não julga com leviandade, o amor dá a outra face. Este documento não dá, pede. Não inclui, exclui.
Este documento não é feito para o povo, espera que o povo se adapte à lei. Ignorando o presente, o texto busca uma alienada realidade que afasta os mais pequeninos dos reino. Autista, o sempre Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, espera recriar uma Igreja Romana à imagem e semelhança não do Filho do Homem, mas dos vicários de Pedro.
3 Comments:
"Quanto a ti permanece firme naquilo que aprendeste e aceitaste como certo, pois sabes de quem o aprendeste."(2Tim.3, 14)
No último ano o Papa Bento XVI publicou uma encíclica sobre o Amor intitulada "Deus Caritas Est". Nela ele desenvolve o tema do Amor. Faço um desafio aos seus leitores: leiam-na. Depois proponho-vos um outro exercício: experimentem a pôr em prática o que leram.
A Igreja Católica tem feito um grande esforço por se abrir ao Mundo, por compreendê-lo. Está sempre disponível para o diálogo com os não-católicos. Não seria a hora de se apresentar uma perspectiva mais positiva quando se fala da Igreja Católica, reformulando os velhos clichés anti-papistas?
Ana
Olá Ana. Eu sou ecuménica. Tenho grandes amigos católicos que estão tristes com este novo documento. Sei que é diferente sermos nós a criticar a nossa igreja do que quando alguém de fora o faz e sei que se alguém apontasse os muitos erros da minha Igreja tb me faria ficar "#$&@%. Mas sinto que cada vez mais este papa se afasta do espírito do Vaticano II.
Sei que os católicos cada vez mais estão abertos ao diálogo, à partilha e cooperação - sinto isso nos movimentos de base e nos católicos anónimos", mas parece que cada vez que nós povo nos aproximamos lá a gente do vaticano diz: "Não pode ser!"
E como se os católicos fossem adolescentes mal educados, o papa diz: "Vamos já para casa, chega de conviverem com essas más companhias: Não celebrem a eucaristia juntos, não vivam como eles, não cantem as músicas deles, Não falem a língua deles!"
No fundo o que eu me sinto é rejeitada. Como Ecuménica queria cantar convosco, celebar juntos a eucaristia, partilhar a palavra, unir esforços. Eu sou como o amigo vizinho que vê os pais do meu colega arrastá-lo pela mão e dizer: "Já te disse mais de mil vezes para não brincares com ele!"
E eu fico triste porque achava que já que nos conhecíamos e gostávamos um do outro, podíamos partilhar a vida uns com os outros.
Também sou ecuménica. Por isso fico feliz quando se conseguem dar dois passos em frente nesse diálogo, mesmo que depois se dê um atrás...pelo menos avançámos um passo! É um facto que a Igreja "avança" a um ritmo diferente daquele que muitos desejaríamos... Esse ritmo, no entanto, prepara o caminho para futuros "grandes" passos que depois serão dados sem
sobressaltos. O que parece irreversível é este caminho.
Um ponto que parece importante é o de nos irmos conhecendo e o de não vermos na figura dos Papas (sejam eles quais forem) travões para o crescimento desse conhecimento mútuo. O meu receio é que as religiões cristãs não-católicas ao não evoluírem quanto ao conceito que fazem dos Papas acabem por se fechar a este maravilhoso e audacioso caminho que se encetou há algumas décadas...
Ana
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