terça-feira, dezembro 11, 2007

Segunda-Feira


O CARRO foi para a oficina pela enésima vez. E aqui em cima ter o carro na oficina significa pedir boleia, pedir carro emprestado: depender de amigos, porque entre a Figueira e Lemede, não há transporte.

EM 4 MESES este foi o terceiro funeral. Os senhores da funerária já não me estranham, e alguns sorrisos de reconhecimento fazem-me sentir acolhida. As pessoas comentam "lindo funeral" numa adjectivação muito estranha para a cerimónia que é. Uma senhora até diz candidamente: "Espero ouvi-la mais vezes"

DE VOLTA à Figueira fico de tarde a decorar a igreja para o Natal e a preparar as coisas para o Bazar, numa mistura de sentimentos e realidades. Volto de boleia para Lemede. À noite aterro no sofá mas telefonando a uma senhora que vive sozinha, percebo que talvez tenha de voltar à Figueira - e de boleia - para a levar às urgências pois ela não tem ninguém. O sentimento de cansaço invade-me e tropeço entre os sentimentos de serviço e de "não quero mexer-me para mais nada!" Felizmente com uma chamada feita a uma médica por uma amiga da senhora, o problema resolve-se e eu posso ir dormir...