terça-feira, dezembro 11, 2007

Domingos


PREGAÇÃO

Aos domingos de 3 cultos, acordo sempre por volta das 6h - porque, por alguma razão eu sou incapaz de terminar a pregação à sexta-feira. Freud explicaria certamente, mas eu não consigo perceber porque antes de domingo de manhã todas as pregações parecem incompletas... não creio que estas horas matinais de domingo façam uma diferença tão qualitativa assim... mas já sei que qualquer pregação terminada a tempo e horas passa por sucessivos upgrades (julgo eu) e que é rescrita até à exaustão de domingo de manhã.

A pregação é um bicho estranho que se entranha e nos suga energia. Efémera, singular, feita de palavras que desaparecem tarde de domingo fora. Todos sabemos que no domingo seguinte poucas ovelhinhas se lembrarão das palavras da semana anterior, mas sinto-me compelida a encontrar algo de novo, a arrancar do texto uma ideia que nunca tinha percebido, a chegar a alguma conclusão nunca atingida.

Não importa se tenho ensaios, reuniões, liturgia, o que pesa no meu domingo é a pregação. O que me angustia é aquele texto de mil e tantas palavras que tenho que escrever, que olho e reolho, e me parece cheio de lugares comuns e atarracado frente ao fôlego do evangelho.

ESTE DOMINGO

A CANTATA está a chegar! Este domingo tivemos o 1º e único ensaio de conjunto das 3 comunidades. Foi interessante ver pessoas que nunca se tinham visto na vida, juntarem-se e perceberem que cantavam bem em conjunto. Havia sorrisos perante os erros comuns e sentimento de pertença.

3 CULTOS e um ensaio geral (preparar sala e instrumentos, chazinho e dar boleia de ida e volta aos cantores sem carro) e a meio do domingo recebo a chamada que me informa que terei um funeral na segunda... algures entre voltar para casa à noite e a segunda-feira terei de preparar um funeral: liturgia, pregação, elaborar e fotocopiar as folhinhas dos coros e dos textos a serem lidos por todos...
j
O CONVERSADO sabe música, o que embora entre dentro do estafado cliché de conjuge-de-pastor-organista-dirigente-de-coro dá MUITO jeito! Depois ele tem bom feitio, calma e paciência e toca muitas coisas. É engraçado o contraste: eu sempre stressada, a emprovisar e a mil à hora e ele sempre com o sorriso, a paciência e o know-how de achar que é preferível tocar o que está na música.