terça-feira, outubro 09, 2007

o 1º funeral

Terra à terra, cinzas às cinzas, pó ao pó.
Aqui na província os funerais são a pé. As pessoas pedem horas, pedem a manhã ou a tarde e vão acompanhar vizinhos, amigos e família.
Em Lisboa o funeral é algo cada vez mais privado. Só a família mais chegada, e às vezes nem isso, vai ao enterro. Aqui todos se juntam para partilhar a dor.
E quando se segue atrás do carro funerário, a pé, as pessoas param na rua e os homens tiram os bonés respeitando a dor.
O espanto de ver uma mulher com toga liderar o cortejo também foi hoje visível. Os murmúrios: é a nova pastora dos protestantes, também se ouviam.