quarta-feira, maio 30, 2007

Habitação social


Ontem fui ao uma zona out da in Figueira da Foz. Uma zona de pescadores do outro lado do rio: Cova Gala. Lado a lado com as vivendas kitsch da emigração e as vivendas pobres dos pescadores, coexistem os bairros sociais e os bairros normais de quem consegue emprego na cidade ou tem família além mar.

Passando por uns e por outros vejo logo quais são os bairros sociais. Será que na faculdade de arquitectura há uma disciplina: "como construir um bairro social"?

Estou certa que devem ensinar que os prédios devem ser o mais deprimente possível, que devem ter corredores manhosos e becos desorientadores, que nunca devem ser um espaço acolhedor, que devem ter muitas barras de metal, quem sabe para os jovens depois não estranharem a prisão, muito baldio, poucos caixotes do lixo. As cores devem ser tipo as dos prédios de chelas: fortes e desesperantes ou então como estas cinzentas e azuis: frias e tristes!

Raiva! Raiva de perceber que a filosofia é: para quem é qq caixote de cimento basta.
Estupidez, é achar que fica mais caro construir bairros bonitos. O que pagamos depois para que os reclusos se arrastem nas prisões fica muito mais caro a todos aos contribuintes e claro aos pobres que sem modelos positivos e ambientes de paz, seguem o caminho de sempre.

12 Comments:

Anonymous Anónimo said...

na minha opinião, a palavra raiva não deveria existir no vocabulário de um cristão, sobretudo de uma futura Pastora......

30 maio, 2007 12:52  
Blogger Hadassah said...

descobri faz pouco tempo, que existe uma norma para que se não construam varandas na habitação de cariz social, porque não têm sentido estético e de arrumação e desse modo, fica escondido o seu desarrumo...

pergunto se ao invés disso não fazia mais sentido apostar na educação dos comportamentos? Claro que sim...mas é o caminho + difícil...

30 maio, 2007 13:47  
Blogger mulheres_estejam_caladas said...

1. Efésios 4: 26 "Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira."

a capacidade de nos irarmos contra a injustiça é sinal que o espirito de Deus se move em nós. Não para nos vingarmos, mas para lutarmos contral o mal.
Penso que é necessário que os cristãos se insurjam contra a injustiça e maldade do homem .A bíblia ensina-nos a odiar o mal em todas as suas formas, e por isso acho que SOBRETUDO uma futura pastora deve sentir raiva pelas injustiças do mundo e denunciá-las sempre que puder.

2. Os pastores não são gente especial ou diferente. Somos gente sujeita às mesmas tentações. A expectativa de que um pastor deve ser melhor do que os outros crentes é preversa. Cria na comunidade a ideia que o modelo a seguir é o pastor e não Cristo, e pode criar no pastor a ideia de que é um super-pastor. Acho que a unica mais valia que um pastor deve ter é saber como Paulo que é um homem/mulher sujeito às mesmas tentações.

30 maio, 2007 13:48  
Blogger mulheres_estejam_caladas said...

Percebo que os montes de tralhas nas varandas não dêem um sentido estético, mas os prédios em si já são horrorosos!
É impossível ter sentido estético sem modelos. Sei que é um círculo vicioso, mas tem que ser quebrado com a estética, o bem, o positivo e não o impedir que.

30 maio, 2007 13:56  
Blogger Hadassah said...

"... a palavra raiva não deveria existir no vocabulário de um cristão..."


Concordo, quando sentido directamente por uma pessoa...a "raiva" aqui está contextualizada num sentimento de impotência perante um Estado de coisas!

Há mal algum nisto?

"...sobretudo de uma futura Pastora..."

Que preconceituosa esta frase...

30 maio, 2007 14:20  
Anonymous Anónimo said...

ó pastora se soubesses do que falas até davas um jeitão á sociedade... acho que estás melhor a guardar ovelhas. vai assistir a uma aula de arquitectura e depois vem reescrever o post lastimoso que deixas-te

11 junho, 2007 15:59  
Blogger mulheres_estejam_caladas said...

eu posso não saber como se desenha um prédio, mas sei o que vejo e o que se sente quando se entra num bairro social. (admito que não entrei em todos) Como uma das meninas que tenho ajudado tem uma casa nova em que nenhum dos quartos tem paredes assimétricas onde se possa encostar uma cama ou guarda-fatos sem que fique de viés.
O IKEA tem mobília barata mas bonita, será que será tão difícil aos arquitectos e engenheiros civis das habitações sociais, pensarem em bairros sociais que não sejam deprimentes e atrofiantes?

11 junho, 2007 21:01  
Anonymous Anónimo said...

Seria tão bom que não se falasse só de acções sociais, dado que há tantas instituições, até não ligadas à igreja... Se pregassemos mais o Evangelho , ensinando as Escrituras e ensinar a ler a Bíblia, então sim...poderiamos evocar as obras sociais. Eu sei, eu sei que a fé sem obras é vã, mas prega-se mais política que o próprio Evangelho de Jesus Cristo. Agora até se diz nos cultos em que página encontramos tal e tal texto, em vez de se ensinar tal nos estudos bíblicos ou até mesmo já na Escola Dominical. Foi lá que eu aprendi há muitos anos a conhecer a Bíblia.

11 junho, 2007 21:39  
Blogger mulheres_estejam_caladas said...

hum? e o que é que diz o evangelho? e o que nos pede a Bíblia como seus leitores?

11 junho, 2007 21:46  
Anonymous Anónimo said...

A Bíblia pede: "Vai por todo o Mundo e prega o Evangelho"!!!
E mais: será que no "Dia da Igreja" só havia rapazinhos bonitos e divertidos para "apresentar" a quem não esteve presente? Hum.....

12 junho, 2007 13:08  
Blogger mulheres_estejam_caladas said...

1. E o que significa "pregar o evangelho"? tanto Jesus como Paulo deram exemplos desse "jargão". quais sâo os seus exemplos?

2. Os ninivitas são mais do que um grupo de rapazes bonitos e divertidos, se voltar a ler o post, talvez o perceba.

12 junho, 2007 15:22  
Blogger Ricardo Ramalho said...

Um aplauso surdo porque esta mensagem devia ser apregoada em lugar próprio para que os arquitetos sociais pudessem levar um banho de estética!!!

Outro aplauso porque tantas vezes por lá passei e tenho de reafirmar a disparidade marcante sofrida por esses bairros... Concordo que não deve ser mais caro fazer um prédio bonito ao invés de um feio, mais não seja usar cores vivas nas pinturas dos edificios!

Toda esta disparidade leva a crer que que não, não haverá uma cadeira de arquitectura denominada "Bairros sociais" mas talvez uma "panelinha" que augura demarcar cada vez mais as diferenças entre os ricos e os pobres ou os supostos bons e os supostos maus. Infelizmente vivemos numa sociedade de diferenças e parece ser necessário existir o muito feio para que o povo reconheça o bonito por pouco que seja...

O povo é cego e os abutres aproveitam-se!

02 agosto, 2007 19:45  

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