Ordenações e Contraordenações
Ordenação Pastoral Feminina
Um comedor de gafanhotos amigo, num comentário a um "post" meu de 18 de Maio, sugeriu que a ordenação de mulheres fazia já parte da agenda politicamente correcta do nosso burgo evangélico. Pois discordo. Talvez porque estou do outro lado da barricada vejo que, no fundo mais do que advogarem a ordenação de mulheres, os líderes sucumbem aos ventos de mudança e ao seguidismo português do se-se-faz-lá-fora-bora-fazer-porque-eles-é-que-sabem. Mais do que defender a equidade sacerdotal, os líderes, quais D. Quixotes, vão lutando até perderem a força. Mais do que uma posição afirmativa ou de convicção, pensam: "se não as podes vencer junta-te a elas", e "ai-que-os-estrangeiros-tão-a-ver-e-pensam-que-nós-sómos-retrógados."
O que se vai instalando é uma paulatina anuência e não una decisiva escolha fruto de uma refleção teológica profunda.
Para além disso, tirando as pastoras por "inerência de matrimónio" não encontro um espírito tão aberto de naturalidade... Vivi no IBP dois anos e embora pessoalmente não sentisse qualquer tipo de crítica, a ordenação de mulheres ao ministério não era um dado aquirido. Não era algo natural ou desejável quando se perspectivava o futuro ministério de qualquer das alunas daí. Embora houvesse mais raparigas a estudar teologia que rapazes a questão não se punha como opção...
Além do mais as meninas evangélicas não sonham com a ordenação femenina. As aspirações das meninas casadoiras evangélicas não passa por ser líderes de igreja ou pastoras, o sonho mesmo é casar e ser mulher de pastor, ou como se diz agora esposa de pastor...
Cotas e privilégios
Por outro lado sou, em teoria, completamente contra as cotas. Acho degradante o facto de eu conseguir um trabalho não pelos meus méritos, mas porque uma qq empresa precisa de completar a sua cota feminina... Por outro lado na prática sei q as mulheres são descriminadas em alguns sectores empresariais como sejam a banca e grandes empresas de serviços... Verdade que detesto este discurso miserabilista: "ai coitadinhas de nós injustiçadas por séculos, ai ,ai... que mal tratadas que somos..." Pessoalmente nunca senti isso, mas sei que é uma realidade.
E pronto aqui vai um ponto positivo para a classe média: Acho que a nível de classe mais baixa a descriminação a nível de desemprego, salários e horas de trabalho é muito mais visível no sector feminino, e que a nível das grandes empresas e Estado os quadros superiores são maioritariamente masculinos... Acho que as mulheres da classe média são mais privilegiadas neste aspecto.
E já agora, porque é que o fellow blogger não apoia a ordenação de mulheres?
8 Comments:
Em Romanos 1 vemos que qualquer dia o homem já não sabe o que é de homem e a mulher tb não sabe o que é de mulher. Invertem-se os seus papéis. Achas que ao falares de ordenação de mulheres, o apóstolo Paulo, não incluíria neste ponto?
As mulheres têm um papel muito importante, mas não como pastoras. É preciso diferenciar os papés. Não queria um dia estar sentado nos bancos e ver a minha pastora com dores menstruais e a refilar com todos. Não achas uqe isso pode acontecer? Não leves a mal, este assunto é importante.
1. Há uma coisa fantástica para as tais dores mestruais, que se chama TRIFEN. Mas deve ser tão incómodo ter uma pastora com dores mestruais, como um pastor com problemas de próstata a sair do púlpito para ir fazer xixi de 20 em 20 minutos...
2. Quanto ao apóstolo Paulo disse sobre o ministério feminino prometo falar disso num próximo post. No entanto devo reforçar que
Romanos 1 não tem nada a ver com a forma como Paulo encarava os ministérios femininos na divulgação da boa nova.
3. Acho a frase: "qualquer dia o homem já não sabe o que é de homem e a mulher tb não sabe o que é de mulher" muito interessante. Eu por acaso aos homens da minha vida peço sempre para lidarem com coisas de homem tipo: tudo o que é assassinato de criaturas rastejantes e esvoaçantes e ler as instruções dos aparelhómetros tecnológicos... mas falar do meu salvador acho que é algo que vai mais além de fisiologia...
mas pronto, fora de brincadeira, sei que no fundo cada um de nós só quer ser fiel a Deus. E percebo que seja difícil que algo que sempre fez parte do que nós pensamos ser a vontade de Deus para o seu povo seja contestado. Percebo que mais do que imaginares uma pastoral num dia difícil, está a questão de muitas vezes não sabemos quais sao os pontos fundamentais da fé e os acessórios... E compreendo que antes de mudarmos de ideias... é importante não irmos atrás de modismo ou de abandonar o que nós sentimos que é o correcto... obrigada pelo teu comentário.
mas por onde é que este anónimo xauvinista tem andado? Só pode que esteja traumatizado, pois para ele as mulheres com quem convive são todas hormonas histéricas? haja pachorra!!!
xana...
Bom post. E vou tentar arranjar maneira de não te deixar a pergunta sem eco. Mas dificilmente trarei uma resposta (sou mau em respostas).
Este blogue é um dos melhores blogues que conheço escritos por evangélicos. Superior a qualquer um de muitos futuros e actuais pastores que já escrevem na blogosfera. O que por si só é um dado a ter em conta.
obrigada Tiago
este comentário é importante para mim, porque mais do que tudo que já escrevi... o que sinto neste momento é que a responsabilidade é enorme, o terror vai crescendo e já vivi o suficiente para saber que ter boas intenções não chega... é muito fácil destruir igrejas e arrasar vidas de pessoas que queriam mesmo viver para Deus. Tudo com a convicção de que estamos a fazer a vontade de Deus. obrigada Tiago...
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