Os hecho de menos

Descubro por acaso que há um ano estava em Madrid a defender a minha tese. E sinto uma saudade imensa. Fecho os olhos e revejo a minha mesa da biblioteca, as parteleiras dos livros, o cheiro, as janelas de onde se via o jardim interior do seminário.

Foi tudo a correr, não tinha tempo para nada, estive doente a maior parte do tempo. O strees não me deixava dormir, tive que tomar comprimidos para dormir durante os dois anos que lá vivi. Passei noites em claro tentando dormir e dias sonolenta a tentar ficar acordada. Chorei de saudades, de raiva por ver os dias passar e eu sem conseguir trabalhar. Chorava todas as terças feiras antes da aula de grego. Marrei o hebraico. Senti abraços amigos, olhares de conforto, sorrisos de paz. Venci, sobrevivi, ganhei. Aprendi. Descobri. Cresci. A bíblia revelou-se mais ampla, mais misteriosa, mais intrigante, e eu adorei.

Não queria passar outra vez pelo mesmo, mas agradeço a Deus o que aprendi, os amigos que fiz, a sabedoria que me transmitiram.

E voltaria para estudar mais. O ambiente de discussão, de criatividade, de estudo, entusiasmam-nos, empurram-nos, fazem-nos criativos também.

SEUT - Continuo a pensar que foi um milagre ter a oportunidade de ter estudado lá.